Joaquim ferrabraz e o pacto com o Capiroto

Joaquim Ferrabraz e o pacto com o Capiroto...

(causo)

... Em um povoado beeeeeeemmmmm distante... depende de onde...

... Há muuuuuuiiiitos anos atrás...

Morava o Sr Joaquim ferrabraz. Um sujeito desordeiro, mal-encarado e valentão.

Ferrabraz mandava e desmandava naquele lugar. Brigava, batia, quebrava, fazia mil arruaças e estripulias. Diziam as más línguas que ele havia feito um pacto com o Demônio. Ele mesmo! O ”capiroto”. Que se o mesmo o livrasse de balas, quando ele (Ferrabraz) morresse,o Capiroto podia “colher” sua alma.

Ferrabraz bebia e brigava,

Batia e matava,

... e bala não o acertava...

Certa vez, Ferrabraz abusou de uma senhora de uma família muito pacata e até religiosa que havia nesse lugar. Seu filho, o (filho dela), ao retornar do roçado, soube do acontecido, então jurou vingança. Sua mãe aconselhou-o a desistir daquela idéia, deixar essa ofensa de lado,... pois Ferrabraz tinha parte com o (“Cão”), ou seja tinha o “corpo fechado”, e bala não o acertava. Porem, o rapaz, manteve-se irredutível. Queria vingança a qualquer custo. Seu filho retrucou: -- Dessa vez quero ver se ele se livra de mim!... – Ele pode ter o corpo fechado, porém, um dia ele estará desprevenido!

Sua mãe tentou por todos os meios fazê-lo desistir da idéia, pois Ferrabraz tinha mesmo o corpo fechado. Tonico (o moço). Olhou para sua mãe e jurou: ...

-- Mãe!.. Esse homem vai ter o que merece! Quem deve a Deus paga a Deus!... Quem deve ao Dêmo já é seu freguês!... Tonico dirigiu-se até o quintal, e lá nos fundos havia um (tacho) antigo de cobre. Tonico pegou um machado e cortou a alça do tacho em sete pedaços iguais. Feito isso chamou sua mãe e disse:...

-- Hoje vou quebrar-lhe o encanto,

Sob a alça do meu tacho, o diabo não vence o Santo!...

Em um arraial vizinho morava uma benzedeira, (Dona Luzia), que era muito conhecida e até famosa na região pelo seu poder de cura, através de benzimentos. Ela benzia todos os tipos de “mau olhado”, quebranto, espinhela caída, fraqueza, dor de dente, febre, quebraduras, e outros males que viessem a acometer as pessoas da região. Foi aí que o moço, (Tonico) recorreu aos préstimos dela. Tonico foi até lá e pediu que ela benzesse aqueles projéteis feitos com (alça) de tacho. Assim se deu por três sexta feiras seguido, sempre no horário das (dezoito)18 horas, que segundo uma tradição cristã, e a hora das Ave Marias, ou a “hora das trindades”, ou a “hora que os anjos dizem amém”,... e que tudo que for pedido ou pronunciado nessa hora, acontecerá.

Tonico, tocaio-o escondido em um lugar à beira de um rio, e ao aproximar-se Ferrabraz foi alvejado por uma descarga de sete projéteis, de alça de tacho, que foi disparado da espingarda de Tonico. Ferrabraz tombou ferido mortalmente, e na sua agonia rogou para alguém que estava invisível:.. – Nosso trato falhou??? – Você prometeu me defender de balas, e não cumpriu sua parte!!! Uma voz vinda, não se sabe de quem, nem de onde retrucou: ... – Prometi livrar-te de bala, não foi de alça de tacho, não!..

(Uma parte desse causo é de (domínio publico), dos tempos do vovô Sílvério) .

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Arnaldo Leodegário Pereira

Arnaldo Leodegário
Enviado por Arnaldo Leodegário em 21/02/2015
Código do texto: T5145211
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