A DESCULPA DO ZEQUINHA

Zequinha era um menino levado, e como se diz o ditado, “quem faz a fama, deita na cama”, todos os mal feitos da redondeza sempre recaia sobre os seus ombros de tal forma que a mãe, já um tanto desacorçoada com as peraltices do filhos, viu apenas um caminho para poder tirar o filho do mal caminho: a igreja

Decidida, foi então ter uma conversa com o padre do povoado que convidou o menino para ser um de seus coroinhas. A principio houve uma certa resistência por parte do garoto que meio forçosamente acabou aceitando tal incumbência e apesar da relutância de inicio, o menino era assíduo na função e a mãe do menino só tinha a agradecimentos ao bondoso homem de Deus por ter colocado o filho nos eixos.

O tempo passava e o menino parecia cada vez mais assíduo na função, porem não demorou muito o padre começou a desconfiar do comportamento do moleque e a observar que o Vinho da Consagração estava sendo consumido muito rapidamente pois, certeza alguém estava bebendo deste vinho e isso lhe parecia um delito muito grave mas, quem poderia estar cometendo tal sacrilégio?

Analisando calmamente todos os fatos como era do seu feitio, o único que tinha acesso ás coisas sacras era o Sacristão, mas sabia de antemão que não podia ser ele pois alem de ser um homem já de idade avançada não punha bebida de álcool na boca nem para remédio, assim sendo começou a levantar suspeita dos coroinhas, e chegou a conclusão que poderia ser o Zequinha, mas para incriminar o menino precisaria de provas.

Decidido a desvendar tal questão, preparou uma armadilha e logo após a missa, deu um desculpa qualquer, saindo as pressas e voltando logo em seguida e foi quando não viu ninguém na igreja mas escutou um leve barulho atrás do altar e, demonstrando estar com medo, perguntou:

__ Quem esta ai?

Sem obter nenhuma resposta, desconfiado do Zequinha, exclamou:

__ Se for um ladrão fique quieto, se for um anjo responda!

Imediatamente se ouviu uma voz

__ É um Anjo!

O padre reconhecendo a voz do menino, ordena

__ Então, se é um anjo, saia voando!

Imediatamente o menino malandrinho justifica:

__ Não posso! Sou filhotinho ainda!

Mas a suspeita foi confirmada, Zequinha estava bebendo o vinho do padre.

Maciel de Lima
Enviado por Maciel de Lima em 19/11/2014
Reeditado em 19/11/2014
Código do texto: T5041695
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