BODE
Estávamos em plena Quaresma e as histórias de fantasmas, lobisomens e mulas sem cabeça tomaram conta da usina siderúrgica naquela semana.
Os negócios estavam ruins, os pedidos não chegavam, os equipamentos dando defeitos e o ambiente interno muito esquisito.
Um determinado funcionário me procurou e afirmou veementemente que tinha uma solução para melhorar as coisas na empresa.
Escutei dele que, se colocasse um bode dentro da empresa, logo,logo as coisas iriam melhorar e não precisaria nem me preocupar com a sua alimentação porque o bicho come de tudo.
Ele tinha um bode e o venderia com muito prazer por duzentos reais.
Negócio fechado, bode dentro da usina.
Branco, cabeludo, barbicha bem cuidada e dois chifres retos para cima.
Simpatizei com o animal, que por ali ficou pra baixo e pra cima, ora perto do escritório, ora perto dos estoques de matéria-prima.
Pelo menos os assuntos ruins desapareceram e as andanças do bode tomaram conta do ambiente.
Por causa do pó de carvão vegetal que pairava em toda a Empresa, o bode ficou cinza escuro, o que destacou seus olhos castanhos vivos.
O depósito de descarga de carvão ficava atrás da usina, com as atividades funcionando vente e quatro horas.
Numa noite, mais precisamente à uma hora da manhã, recebo um telefonema histérico do porteiro da usina falando que um caminhoneiro de carvão subiu com o caminhão para a descarga e que, não deu nem dez minutos, ele passou correndo a pé pela portaria com os olhos arregalados gritando que o capeta estava lá em cima no depósito.
Orientei o porteiro para procurar o chefe do setor e ir lá ver o que estava acontecendo.
Chegando lá, encontraram o caminhão ligado com os faróis acesos e, na frente dele, o bode.
Só que algum engraçadinho da manutenção pintou os chifres do bode de vermelho.
Agora, imaginem o que o caminhoneiro viu e sentiu : quaresma, história de assombração por todo lado, de repente um bicho cinza, de olhos castanhos e chifres vermelhos ?
É o próprio capeta.
Foi preciso muita água com açúcar para acalmar o homem.
E o bode teve que ficar preso das seis da noite às seis da manhã para não assustar os desavisados.
Os negócios melhoraram; não sei se foi por causa do bode ou se foi o bom humor de todos que provocou uma crise boa.
Os negócios estavam ruins, os pedidos não chegavam, os equipamentos dando defeitos e o ambiente interno muito esquisito.
Um determinado funcionário me procurou e afirmou veementemente que tinha uma solução para melhorar as coisas na empresa.
Escutei dele que, se colocasse um bode dentro da empresa, logo,logo as coisas iriam melhorar e não precisaria nem me preocupar com a sua alimentação porque o bicho come de tudo.
Ele tinha um bode e o venderia com muito prazer por duzentos reais.
Negócio fechado, bode dentro da usina.
Branco, cabeludo, barbicha bem cuidada e dois chifres retos para cima.
Simpatizei com o animal, que por ali ficou pra baixo e pra cima, ora perto do escritório, ora perto dos estoques de matéria-prima.
Pelo menos os assuntos ruins desapareceram e as andanças do bode tomaram conta do ambiente.
Por causa do pó de carvão vegetal que pairava em toda a Empresa, o bode ficou cinza escuro, o que destacou seus olhos castanhos vivos.
O depósito de descarga de carvão ficava atrás da usina, com as atividades funcionando vente e quatro horas.
Numa noite, mais precisamente à uma hora da manhã, recebo um telefonema histérico do porteiro da usina falando que um caminhoneiro de carvão subiu com o caminhão para a descarga e que, não deu nem dez minutos, ele passou correndo a pé pela portaria com os olhos arregalados gritando que o capeta estava lá em cima no depósito.
Orientei o porteiro para procurar o chefe do setor e ir lá ver o que estava acontecendo.
Chegando lá, encontraram o caminhão ligado com os faróis acesos e, na frente dele, o bode.
Só que algum engraçadinho da manutenção pintou os chifres do bode de vermelho.
Agora, imaginem o que o caminhoneiro viu e sentiu : quaresma, história de assombração por todo lado, de repente um bicho cinza, de olhos castanhos e chifres vermelhos ?
É o próprio capeta.
Foi preciso muita água com açúcar para acalmar o homem.
E o bode teve que ficar preso das seis da noite às seis da manhã para não assustar os desavisados.
Os negócios melhoraram; não sei se foi por causa do bode ou se foi o bom humor de todos que provocou uma crise boa.