TRISTE REALIDADE
Nas minhas andanças por este mundo afora,
vi o por do sol, vi o romper da aurora
andei pelas cidades, por campos e matos,
escutando proseadores, contadores de causos,
ouvindo belas lendas e lindos relatos,
na singela simplicidade dessa gente trigueira,
contando em pormenores, autenticando os fatos,
historia verdadeira, desta rica nação brasileira.
O que me chamou atenção, foi uma inscrição,
não me lembro onde, mas de grande porte,
que apesar de distantes, pude ler bem de perto,
era uma frase que me fez questionar, e que por sorte,
recordo por completo e confesso: achei correto!
O autor? Não se sabe quem, talvez um Zé Ninguém
ou, um menor pervertido, um delinquente,
Um marginal pichador de muros! mas foi alguém.
Que movido pela mente, premeditado ou num repente,
num nobre, pobre gesto, deixou ali o seu protesto.
Era apenas uma frase, em forma de mensagem,
talvez escrita de improviso, até pensei em vandalismo,
ou uma triste forma de desespero, filosófico ou selvagem....
mas, neste mundo impregnado pelo consumismo,
dominado pela selvageria do capitalismo,
ele deixou o seu recado, ali no muro registrado
A realidade, ali, estampada, as escondida, camuflada
pela mídia, pelos gigantes a serviço da comunicação,
pois numa sociedade onde falta escola e saúde
constroem templos para a grande competição,
assim, usando a tal, ao povo todo se ilude,
embora pra copa tão falada, falte até seleção,
triste destino traiçoeiro, pobre povo brasileiro!
E Quiçá ao político interessado na dignidade do cidadão,
que é quem, por direito, caberia denunciar tal feito,
mas ao contrario, fazem pouco, não querem transformação,
pois desta triste situação, de fato, tiram o seu proveito,
apesar do dito, ficar não dito, la no muro estava escrito,
em letras tão desiguais, porem nem menos, nem mais
...“Eitá povo alienado, escolas vazias, estádios lotados!”.