O DIA DA CAÇA
Corria os anos oitenta do século passado, época em que se caçava capivara livremente com espingarda ou através de armadilhas espalhadas em seu carreiro, sendo que alguns caboclos mais espertinhos, caçavam e vendiam a carne do animal, fazendo assim uma renda extra e se não fosse a proibição por lei, este grande roedor hoje já estaria extinto.
Rios e banhados é ambiente propicio para a procriação da espécie porem a grande procura pela caça aliado ao abuso dos caçadores veio a lei da proibição da caça de capivaras, o que fez com que a população destes animais aumentasse de uma maneira assustadora e com isso, aumentou também os estragos provocado por estas as lavouras sobretudo as que ficavam próximas aos rios e banhados, não era difícil presenciar bandos de capivaras pastando as tenras folhas das plantações.
Irritado com os estragos provocados pelos animais, um sitiante local resolveu desobedecer a lei, como não tinha tempo para ficar de tocaia na beira do roçado a espera da presa, armou um laço reforçado no carreiro mas, devido ao grande numero de animais, quase que imediatamente apanhou um belo exemplar em sua armadilha, que pelo tamanho tudo indicava ser um macho adulto.
O homem ficou maravilhado com a espetacular captura, e como não portava sua espingarda cartucheira e levava consigo apenas sua ferramenta de trabalho, uma afiada foice, assim como quem não tem cão caça com gato, o negocio era matar o animal a foiçada.
Ele se aproximou vagarosamente da presa que se debatia amarrada a armadilha, escolheu o melhor ângulo para num só golpe degolar o animal, e estando tudo preparado, zás o golpe certeiro, no entanto a foice resvalou num cipó, desviou sua trajetória acertando apenas a corda do laço, cortando-a num só golpe e uma vez livre das amarras, o animal mergulhou nas águas do rio deixando o caçador desapontado com sua pontaria.