SONHO DE LAVRADOR

A terra foi preparada com muito dificuldade, muito esforço físico correndo atrás de uma parelha de mula para arar, depois gradear mas por fim um pouco mais de esforço para plantar que demorou em torno três ou quatro dias andando nos sulcos formado pelos risco que delineavam as ruas, batendo a plantadeira o dia todo, espalhando a semente em pouco mais de um alqueire de terra, esta foi a labuta árdua do caboclinho lavrador.

Finalmente o tempo foi muito generoso, a chuva veio abundante e em quantidade suficiente para o nascimento da plantação, primeiro alguns fiapos que aos poucos e com a generosidade de Deus, foi se perfiando até formarem belas touceiras de capim, sempre muito bem cuidado pelo lavrador, passando a carpideira e capinando para que as ervas daninha não sobressaíssem a plantação e enfim o arrozal formou viçoso, passava da altura da cintura do caboclinho lavrador, muito verde e viçosos pois naquele ano o tempo estava propicio para a lavoura.

Finalmente em uma visita ao arrozal, o caboclinho notou que as touceiras estavam grossa, estava embarrigando, sinal de que os primeiros cachos não demorariam a apontar no alto da touceira e dito feito, como o tempo estava bom, não havia faltado chuva desde o plantio até aquele momento, os cachos de arroz saltaram para fora quase que da noite para o dia e o tempo permaneceu chuvoso durante todo o tempo da granação, tanto é que em pouco tempo os viçosos cachos começaram e se encurvar com o peso da semente, milagres da natureza e o caboclinho começou a sonhar com a colheita, pois o arrozal estava maravilhosamente bonito, não tardou os cachos começarem a amadurecer, formando um belo contraste entre os verde da folhas e o amarelo ouro dos grão, todos que viam a lavoura, davam um palpite sobre o rendimento, uns dizia oitenta sacas, outros cem, outros ainda mais ousados diziam que passaria dos cento e vinte sacas, e o caboclinho começou a fazer planos, pois o consumo da família eram de apenas 10 sacas por ano, ainda tinha uma boa quantidade guardada no caixão de arroz da tulha, agora era necessário desocupar o caixão para guardar o arroz novo que estava chegando, mas precavido como era, achou melhor desfazer do arroz velho quando o novo já estivesse seguro na dispensa e assim fez.

O tempo correu rápido e naquela domingo em especial o caboclinho saiu bairro afora contratando trabalhadores para a colheita do arroz para o dia seguinte, conseguindo para tarefa trabalhadores suficientes para realizar a colheita em uma semana.

Tudo corria maravilhosamente, aquele domingo porem o calor parecia estar alem do normal até que grande nuvens negras começaram a surgir no céu, logo fortes trovoadas começaram anunciar chuva que não tardou a vir, porem aquela que fora tão generosa no decorrer do ano, derrepente aterrorizou o caboclinho, pois em alguns minutos, uma forte chuva de pedras destruiu o sonho que se formara neste tempo todo.

Passado o temporal, o caboclinho viu sua lavoura reduzida a nada, o arroz se misturou com a terra das enxurradas e desceram ribanceira abaixo, deixando apenas o rastro da destruição, tudo perdido.

Como o homem do campo não desanima com nada, agradeceu a Deus pela inspiração de não vender o arroz velho da tulha e se preparou para o plantio de outra lavoura no ano vindouro pois esta a triste sina do homem do campo.

Maciel de Lima
Enviado por Maciel de Lima em 06/05/2014
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