BOM E VELHO RÁDIO DE PILHA

BOM E VELHO RÁDIO DE PILHA

A tarde ia caindo, papai chegava do roçado cansado,

Sujo de terra, suado e desejoso de nos ver limpinhos,

De banhos tomados esperando o jantar.

Chegava feliz, sorrindo e perguntando a um se estava bem,

Ao outro como tinha ido à escola e à mamãe se tudo estava certo.

Na biquinha lavava as mãos, os braços e o rosto.

Sentava no banco de madeira rústica que ficava na varanda e descansava o esqueleto, como ele mesmo dizia.

Depois do banho e do jantar, papai ia para a taipa do fogão de lenha, bem ao lado da janela que ficava de frente para o poente já no lusco fusco e enquanto brincava conosco, os pequenos da casa, ouvia lindas e inesquecíveis músicas no rádio de pilha.

Um rádio que ficava em seu estante no canto da cozinha, com um fio de cobre que conectava a uma antena de gesso e cobre, fixada em uma vara de bambu lá no canto do terreiro varrido.

Dalí da taipa, sobre o banquinho de madeira, papai ouvia a rádio nacional, rádio tupy, rádio record de São Paulo. Sem falar da hora de Brasília e projeto minerva.

Estavam construindo Brasília e para papai, JK era o melhor!

Escrevi estas coisas simplesmente porque lembrei-me com saudade de papai e do nosso velho e bom rádio de pilha.

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 16/04/2014
Código do texto: T4771561
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