BOM E VELHO RÁDIO DE PILHA
BOM E VELHO RÁDIO DE PILHA
A tarde ia caindo, papai chegava do roçado cansado,
Sujo de terra, suado e desejoso de nos ver limpinhos,
De banhos tomados esperando o jantar.
Chegava feliz, sorrindo e perguntando a um se estava bem,
Ao outro como tinha ido à escola e à mamãe se tudo estava certo.
Na biquinha lavava as mãos, os braços e o rosto.
Sentava no banco de madeira rústica que ficava na varanda e descansava o esqueleto, como ele mesmo dizia.
Depois do banho e do jantar, papai ia para a taipa do fogão de lenha, bem ao lado da janela que ficava de frente para o poente já no lusco fusco e enquanto brincava conosco, os pequenos da casa, ouvia lindas e inesquecíveis músicas no rádio de pilha.
Um rádio que ficava em seu estante no canto da cozinha, com um fio de cobre que conectava a uma antena de gesso e cobre, fixada em uma vara de bambu lá no canto do terreiro varrido.
Dalí da taipa, sobre o banquinho de madeira, papai ouvia a rádio nacional, rádio tupy, rádio record de São Paulo. Sem falar da hora de Brasília e projeto minerva.
Estavam construindo Brasília e para papai, JK era o melhor!
Escrevi estas coisas simplesmente porque lembrei-me com saudade de papai e do nosso velho e bom rádio de pilha.
É isso aí!
Acácio Nunes