A MORTE E A MULHER PREGUIÇOSA
Tião Taboca sempre foi um caipira temente a Deus e de uma fé inabalável. Apareceu ainda moleque na fazenda Rancharia propriedade de coronel Certoro, um latifundiário muito poderoso e influente, com um potencial produtivo muito alto absorvendo grande quantidade de mão de obra. Com este fator não foi nada difícil o moleque se incorporar ao quadro de trabalhadores da fazenda.
Tião perdeu pai mãe e irmãos com a febre amarela que assolava o sertão. Sobreviveu graças a ervas que o velho Firmino usava na curandágem que praticava naquele ermo sertão. Após vencer a epidemia o que restou dos pertences dos pais, Tião os doou ao velho Firmino,num gesto de gratidão pela sua cura. Fechou as portas do rancho e ateou fogo.
Apavorado Firmino imaginando o moleque se queimando no interior da cabana tentou socorrer, mas logo percebeu que ele próprio havia provado o incêndio. Em seguida ouviu uma voz que vinha do além dizendo:
--Deixe queimar Firmino a cinza vai purificar a alma do Bastião. Se ele não a queimar ficará preso ao passado para o resto da vida. Nessa cabana ele nunca terá a fé necessária para enfrentar a vida.
E foi assim que Tião com uma única muda de roupa numa capanga, e a fotografia dos pais e irmãos arquivadas na tela de sua mente, se despediu do velho e adentrou a mata, sem rumo, levando na alma apenas a fé, única herança deixada a ele por seus pais.
Chegou a Rancharia dois dias após caminhar ininterruptamente, faminto e desnutrido. Foi acolhido por Manoela esposa do coronel Certoro. O casal estava arrasado com a perda do filho Ricardo que faleceu deprimido pela paixão, provocada pelo radicalismo do pai que ao descobrir, que o jovem engravidara filha do carreiro da fazenda, o obrigou a se mudar com a família. Colocando entre o casal de adolescentes muitas milhas daquele sertão intransponível.
Com a morte do filho coronel já dava sinal que mudaria seu comportamento, amolecendo o coração de pedra que sempre pulsou em seu peito, de machão radicalista e conservador. Tião chegou à boa hora e logo conquistou afeição de Manoela, que tentava superar a morte do filho e convencer o marido a readmitir o carreiro.
Tião se mostrou eficiente, os anos passaram, ele se casou com uma caboclinha mestiça. E tentava ser feliz, mas a mulher reclamava de tudo. Em todas as tarefas de dona casa, ela vivia pedindo a morte. Tião apelava para a memória dos pais na fé que a morte realmente viesse, mas para dar apenas uma lição na sua Ritinha. Ele não sabia rezar. Mantinha apenas uma ligação espiritual com sua mãe e sempre era atendido por ela nos momentos de apuros. Naquela rotina cotidiana, certa tarde ao chegar a casa não encontrou sua esposa. As panelas no fogão o jantar parecia estar sendo preparado, e o fogo quase apagado. Procurou por Ritinha não a encontrou. Repentinamente ouviu um barulho no terreiro, jogaram um feixe de lenhas bem ali na porta da cozinha. Encabulado encheu de preocupação, não viu ninguém por perto. Mesmo assim manteve firme, era um homem corajoso e de muita fé. Apanhou a lenha e avivou o fogo, terminou o jantar, esquentou água tomou seu banho. Quando se preparava para jantar Ritinha entra ofegante de olhos esbugalhados como se tivesse visto o diabo.
-O que isto mulher, que bicho te mordeu, por onde andou?
-- Fui buscar lenha e topei de frente com a morte!
-Que bom você vive chamando por ela porque ela não te levou atendendo teus inúmeros pedidos?
-- Então você a mandou ao meu encontro com essa mania de viver conversando com sua mãe não é mesmo -, você é um bruxo e mandou aquela desdentada me seguir?
--Eu não sou bruxo nem mandei ninguém te seguir. Você não vive chamando por ela?
-- A partir de hoje nunca mais eu hei de chamar por ela, eu vinha pelo caminho imaginando como é dura a minha vida, lavar roupa pilar arroz e café cozinhar carregar lenha na cabeça. Desci a lenha pra tomar fôlego e desanimada pedi para morte me levar. De repente aparece àquela mulher desdentada e magricela vestida de preto.
--Me chamou-, Ritinha? O que quer de mim?
-- Fiquei apertada com sua presença e disse-lhe: quero que me ajude a carregar este feixe de lenha que já não aguento mais carregar, ela me mandou fechar os olhos, quando abri de novo não vi mais nada nem ela nem lenha, tava uma catinga de chifre queimado parecia que Belzebu passou por La. Antes de eu abrir os olhos fui levada para um lugar tão quente que até queimou minhas pestanas. Fechei os olhos de novo quando abri estava aqui entrando em casa veja como meu cabelo esta todo tostado!
Caro leitor você poderá gostar da saga da fazenda Rancharia, lendo na pagina 071º capítulo nono texto (O GÊNIO QUE ESCAPOU DO ABORTO) uma historia emocionante em capítulos.
Tião Taboca sempre foi um caipira temente a Deus e de uma fé inabalável. Apareceu ainda moleque na fazenda Rancharia propriedade de coronel Certoro, um latifundiário muito poderoso e influente, com um potencial produtivo muito alto absorvendo grande quantidade de mão de obra. Com este fator não foi nada difícil o moleque se incorporar ao quadro de trabalhadores da fazenda.
Tião perdeu pai mãe e irmãos com a febre amarela que assolava o sertão. Sobreviveu graças a ervas que o velho Firmino usava na curandágem que praticava naquele ermo sertão. Após vencer a epidemia o que restou dos pertences dos pais, Tião os doou ao velho Firmino,num gesto de gratidão pela sua cura. Fechou as portas do rancho e ateou fogo.
Apavorado Firmino imaginando o moleque se queimando no interior da cabana tentou socorrer, mas logo percebeu que ele próprio havia provado o incêndio. Em seguida ouviu uma voz que vinha do além dizendo:
--Deixe queimar Firmino a cinza vai purificar a alma do Bastião. Se ele não a queimar ficará preso ao passado para o resto da vida. Nessa cabana ele nunca terá a fé necessária para enfrentar a vida.
E foi assim que Tião com uma única muda de roupa numa capanga, e a fotografia dos pais e irmãos arquivadas na tela de sua mente, se despediu do velho e adentrou a mata, sem rumo, levando na alma apenas a fé, única herança deixada a ele por seus pais.
Chegou a Rancharia dois dias após caminhar ininterruptamente, faminto e desnutrido. Foi acolhido por Manoela esposa do coronel Certoro. O casal estava arrasado com a perda do filho Ricardo que faleceu deprimido pela paixão, provocada pelo radicalismo do pai que ao descobrir, que o jovem engravidara filha do carreiro da fazenda, o obrigou a se mudar com a família. Colocando entre o casal de adolescentes muitas milhas daquele sertão intransponível.
Com a morte do filho coronel já dava sinal que mudaria seu comportamento, amolecendo o coração de pedra que sempre pulsou em seu peito, de machão radicalista e conservador. Tião chegou à boa hora e logo conquistou afeição de Manoela, que tentava superar a morte do filho e convencer o marido a readmitir o carreiro.
Tião se mostrou eficiente, os anos passaram, ele se casou com uma caboclinha mestiça. E tentava ser feliz, mas a mulher reclamava de tudo. Em todas as tarefas de dona casa, ela vivia pedindo a morte. Tião apelava para a memória dos pais na fé que a morte realmente viesse, mas para dar apenas uma lição na sua Ritinha. Ele não sabia rezar. Mantinha apenas uma ligação espiritual com sua mãe e sempre era atendido por ela nos momentos de apuros. Naquela rotina cotidiana, certa tarde ao chegar a casa não encontrou sua esposa. As panelas no fogão o jantar parecia estar sendo preparado, e o fogo quase apagado. Procurou por Ritinha não a encontrou. Repentinamente ouviu um barulho no terreiro, jogaram um feixe de lenhas bem ali na porta da cozinha. Encabulado encheu de preocupação, não viu ninguém por perto. Mesmo assim manteve firme, era um homem corajoso e de muita fé. Apanhou a lenha e avivou o fogo, terminou o jantar, esquentou água tomou seu banho. Quando se preparava para jantar Ritinha entra ofegante de olhos esbugalhados como se tivesse visto o diabo.
-O que isto mulher, que bicho te mordeu, por onde andou?
-- Fui buscar lenha e topei de frente com a morte!
-Que bom você vive chamando por ela porque ela não te levou atendendo teus inúmeros pedidos?
-- Então você a mandou ao meu encontro com essa mania de viver conversando com sua mãe não é mesmo -, você é um bruxo e mandou aquela desdentada me seguir?
--Eu não sou bruxo nem mandei ninguém te seguir. Você não vive chamando por ela?
-- A partir de hoje nunca mais eu hei de chamar por ela, eu vinha pelo caminho imaginando como é dura a minha vida, lavar roupa pilar arroz e café cozinhar carregar lenha na cabeça. Desci a lenha pra tomar fôlego e desanimada pedi para morte me levar. De repente aparece àquela mulher desdentada e magricela vestida de preto.
--Me chamou-, Ritinha? O que quer de mim?
-- Fiquei apertada com sua presença e disse-lhe: quero que me ajude a carregar este feixe de lenha que já não aguento mais carregar, ela me mandou fechar os olhos, quando abri de novo não vi mais nada nem ela nem lenha, tava uma catinga de chifre queimado parecia que Belzebu passou por La. Antes de eu abrir os olhos fui levada para um lugar tão quente que até queimou minhas pestanas. Fechei os olhos de novo quando abri estava aqui entrando em casa veja como meu cabelo esta todo tostado!
Caro leitor você poderá gostar da saga da fazenda Rancharia, lendo na pagina 071º capítulo nono texto (O GÊNIO QUE ESCAPOU DO ABORTO) uma historia emocionante em capítulos.