O MENINO CAIPIRA NA SALA DE AULA
Todo velho um dia foi criança sonhou e teve suas fantasias, e de acordo com o meio social onde ele viveu sua infância, ele encontrou sua vocação profissional. Criou seus brinquedos e suas fantasias e buscou em seu dom, a motivação que o levou a abraçar a profissão que desempenha em sua vida.
Querer que nosso filho seguisse a profissão com a qual sonhamos para ele é um grande erro. Sonho cada um tem o seu, e é um direito individual que temos de fazer nossa escolha. Os maus profissionais geralmente são elementos que se formaram em profissões que não foram escolhidas de acordo com a sua vocação, alguns para satisfazer o desejo dos pais, outros por falta de opção, por não encontrar o curso de sua vocação ou por falta de acesso as instituições de ensinos, acabam por se formar naquela inadequada que não é o seu desejo e a carreira que gostaria de seguir.
Vicente Roque foi o carreiro na fazenda de meu avô, mais tarde passou para meu pai. Profissão que exerceu ao longo de sua vida desde sua juventude. Desempenhou seu papel com responsabilidade dignidade e amor à sua profissão.
Homem de pouca leitura, mas de grande sabedoria, encarava a vida como ela é. Era um filósofo caipira que colocava a realidade no seu devido luga. Estudou muito pouco só o suficiente para no seu meio. Na escola a imortal mestra dona Maria Guerra incentivando os alunos a estudar e seguir uma profissão brilhante. Solicitou que cada um deles manifestasse seu desejo quando adultos. As mais variadas profissões foram citadas. Vicente permaneceu de cabeça baixa e pensativa.
--E você Vicente não disse nada por quê?
--Ieu tô aqui banzano!
- O que isso menino que palavra é esta?
-- Tô pesando minha vocação é ser roceiro, vou plantar arroz e feijão para estes doutores e professoras comer quando se formar!
--Muito bem toda profissão é digna desde que seja desempenhada com amor, nenhuma é humilhante!