Ester tirou o chapéu de palha, lavou o rosto e  a cabeça na pequena fonte da  estrada e continuou seu caminho, mentalmente maldizendo a vida difícil que levava. Todos os dias na roça, desde que seu pai falecera e sua mãe ficara doente, impossibilitada de continuar trabalhando sob o sol, no pesado serviço de colher os poucos grãos de feijão que com dificuldades mantinham a pequena família. A jovem de 17 anos, franzina, cabelos  castanhos avermelhado, queimada pelo forte sol de todos os dias no campo de colheita, sonhava e fazia planos de um dia sair daquele lugar ao qual tinha certeza que não pertencia; sim, sonhava, sonhava que havia um lugar para ela e o encontraria. Desde o dia, em que ainda  estava na escola,  e teve que afastar-se por um tempo, porque sua mãe pediu-lhe:   - filha dê-me essa ajuda até que eu  melhore e possa voltar ao trabalho e o Julinho, um pouco, maior possa ir comigo para a lavoura Nessa ocasião apareceu um carro de uma Empresa da cidade grande procurando por moças para trabalharem no balcão de uma grande loja como atendentes, vendedoras.. Mesmo que a oferta não fosse tão compensadora, só bastava para Ester sair dali.. Absorta  em seus pensamentos nem percebeu a charrete do Seu Antenor, dirigida por Clemente que parou quase em cima dela dizendo:   - acorda Ester ! Sai do caminho! Olha, você pode provocar um  desastre?    
           Despertada do seu devaneio, Ester olhou para o Clemente e com um muxoxo, apressou o passo..
                    Dnª.Celina já lavara os pratos da janta, arrumara a cozinha, estava tarde, foi a procura de Ester que ainda não estava no quarto. Encontrou-a sentada à porta da simples casa olhando para o céu como se contasse estrelas.  Que faz aqui fora filha ? Pensei que você já estava dormindo, depois de um dia tão cansativo. E você está aqui fora, olhando para o céu. Pensando em que?     Estava fazendo um pedido a lua, para que minha vida mude e assim eu possa mudar a sua e a dos meninos!                           
                  Um certo dia, Ester, como sempre estava sentada à porta de sua casa, quando chegou um rapaz, jovem, moreno de boa estatura, forte, bem apessoado e perguntou a Ester se era ali na casa dela que estavam anunciando a necessidade de um rapaz para ajudar na colheita. O rapaz apresentou-se, disse chamar-se Mário, Ester pediu que ele entrasse para conversarem e assim Mário começou a trabalhar na colheita com Ester. Era um rapaz gentil, trabalhador, respeitador e estudado mas perdera toda a família em um trágico acidente. Ester observava-o e gostava do que via, a noitinha, após o jantar, Mário com paciência alfabetizava Julinho que demonstrara vontade de aprender. O tempo passava e Mário tornava-se cada vez mais necessário e íntimo da família da qual ele já se considerava membro. Sentia um grande afeto por Ester e já lhe havia confessado isso e a moça mostrara-se muito receptiva. Um belo dia à mesa do jantar, Mário levantou-se e com palavras emocionadas pediu a Dnª  Celina a mão de Ester em casamento. A simples senhora olhou para a filha e viu em seus olhos que ela também queria casar-se com Mário e perguntou-lhe emocionada – você quer minha filha casar-se com o Mário, porque eu faço muito gosto. Ester respondeu: - sim mamãe eu quero casar-me com o Mário e junto, lutando com ele transformar nossa vida em uma vida melhor, essa colheita foi excelente e melhores serão as que virão.Finalmente eu Despertei e percebi que a minha vida é essa aqui ao lado da minha família e do homem que amo.   

 
Szzamira
Enviado por Szzamira em 12/04/2013
Reeditado em 12/04/2013
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