O NAMORO DO MATUTO

Finalmente parece que Maria das Graças, a Gracinha do Seu Tunico e de Dona Barbara, a menina mais feia do bairro e forte candidata a ficar pra titia, havia arranjado a sua outra cara metade.

O namoro fluía bem com aquele rapaz matuto que a pouco tempo havia aparecido no bairro e parecia que a cada dia a coisa se tornava mais séria, namoro em casa era sinal que o casamento não tardaria a acontecer, tamanha a finidade dos dois.

Todo domingo lá ia o caboclinho para cumprir o seu ritual de rapaz comprometido, roupa de gala, ou seja calça social de linho bem passada, camisa xadrez, chapéu de feltro marca Ramenzone na cabeça e nos pés um botina de passeio devidamente engraxada e brilhosa e até que era bem jeitoso o rapaz se não fosse a sua ingenuidade.

Foi num desses domingos que estavam os dois de namorico no alpendre da casa, ela já conhecedora dos hábitos poucos elegantes do futuro marido, havia preparado um caixote de madeira com areia sabendo que era costume após o almoço, sentarem na varanda, ele fazer o seu cigarro de palha e a cada pitada, um cuspida no chão, assim o caixote era para que ele pudesse usufruir deste seu vicio mas não deixar a casa imunda com as cusparadas, pois no caixote seria mais fácil a limpeza. Acontece que lerdo como era o rapaz não entendeu a intenção da moça e continuou cuspindo no chão, ela delicadamente puxou o caixote para onde era direcionada as cusparada, ele mudou de direção e assim foi por duas ou três vezes até que ele reclamou.

__ Oh Gracinha, para de mexê nesse cachãozin de áreia si não eu erro e acabo cuspindo dentru dele, vice!

Maciel de Lima
Enviado por Maciel de Lima em 27/01/2013
Código do texto: T4107196
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