A minha prima Latife, viveu pra dizer e mostrar pra todos nós que “a vida é bela”.
A minha prima Latife, viveu pra dizer e mostrar pra todos nós que “a vida é bela”.
História imaginável do osnofa.
A prima Latife nasceu em Itatiaiuçu, um lugarejo simples e acolhedor, na época distrito de Itaúna. Nasceu em primeiro de setembro de 1920 e faleceu em doze de outubro de 2012 em Itaúna. Se hoje, aqui estivesse, gostaria ela mesma de escrever para nós a sua própria história. Em sua trajetória de vida nos deixou bem claro que. “a vida é bela”. Somos primos duas vezes do lado paterno, Latife era filha da minha tia avó Maria Gregoria Marra da Silva e neta de minha avó Mariana e também prima de minha avó Francisca Marra da Silva e de meu avô Chico Turco. Latife é filha de Agustavo Mileib e Maria Gregoria Marra da Silva. Latife da Conceição Mileib teve uma trajetória de vida além do imaginável e vitoriosa.
A infância e a adolescência foram de muita sabedoria e conhecimentos, pois aos 15 anos, Latife foi nomeada pelo então Prefeito professora de Escola Rural em Itatiaiuçu e assim as coisas da vida foram acontecendo. Latife e sua mãe cuidaram de uma escrava de sua avó Mariana, com amor e compaixão ao próximo. A escrava estava acamada, muito doente e carecia de ajuda.
Ainda adolescente, Latife se casou com João da Silva Pimenta e posteriormente vieram morar em Itaúna em busca de melhores oportunidades para os filhos, tiveram neste laço de amor uma família de onze filhos. Assim Latife viveu a vida: sempre superando os problemas e as dificuldades, como diria uma prima chegada da família, com fé em Deus e Nossa Senhora, criou esta familiarada, ou melhor dizendo uma família grande, que souberam cumprir o papel de filhos.
O osnofa teve o prazer de conviver muito próximo dos primos. Brincávamos muito todos os dias e nos fins de semana nós os meninos ajudávamos a encerar a casa e passar escovão até o piso ficar brilhando e depois tomávamos o lanche preparado pela prima Latife, um café reforçado com bolo de fubá, momentos inesquecíveis da minha infância.
Aos noventa e dois anos a prima Latife gostava de passear de carro com o filho Geraldo Agustavo e demais filhos, sempre com aquela carinha boa e um sorriso constante, como se quisesse nos dizer “a vida é bela”!
Na soma de tudo, a prima Latife sempre foi uma mulher corajosa, atenciosa e carinhosa com os filhos, com os primos, com toda a família, vizinhos e extremamente religiosa.
Latife viveu assim: ouvindo com o silêncio e ensinando com um sorriso.
Sua ultima frase só poderia ser esta: “nos meus noventa e dois anos de vida sempre tive alegria te ter uma família grande e fui muito feliz junto deles”. “Tenho certeza que continuarei pensando assim eternamente”, “a vida é bela”.