Uma Mijada Cara

Em 1962 quando eu estava construindo o Hotel JK na cidade de Patos - PB., as estradas ainda não eram pavimentadas, para se fazer o percurso entre Campina Grande x Patos com apenas 180 kms. Se gastava no mínimo quatro horas e meia, isto é, se a estrada estivesse boa.

Naquela época o meu carro era um jeep, único veículo capaz de enfrentar o lamaçal na época das chuvas. Todos os finais de semana eu viajava para casa. Em determinada semana como estava muito cansado, resolvi fazer a viagem de ônibus. A empresa se chamava Expresso Gaivota, ônibus velho e surrado que levava de tudo: gente, bichos, máquina de costura etc. etc..

O nome da empresa era Expresso Gaivota, mas, de expresso não tinha nada, fazia a entrega dos passageiros porta a porta. Bastava o motorista ver uma estradinha vicinal para deixar a “rodagem” e deixar um passageiro amigo na porta de casa..

Como a viagem demorava mais de seis hora, o ônibus fazia uma parada obrigatória no meio da caminho, numa cidade chamada Juazeirinho, em cujo restaurante o motorista por parar ali com mais de 50 passageiros, dependendo do horário ganhava um lauto lanche e/ou almoço. O restaurante era uma " birosca", limpeza passava longe dali.

Para os passageiros fazer as suas necessidades o restaurante tinha la nos fundos do quintal um quartinho de 1,50 m2, com um único bacio sem tampa e sem descarga. O papel higiênico era pedaços de jornais enfiados num arame pendurado na parede. Quando o ônibus parava em frente ao restaurante era uma corrida dos passageiros em direção ao tal sanitário. O primeiro a chegar entrava e fechava a porta, o restante formava- uma longa fila ao lado de uma cerca de varas.

Nesta viagem que fiz no Expresso Gaivota tive o azar de utilizar o tal banheiro. Na fila , na minha frente tinha um senhor de uns 80 anos, a sua frente um rapazinho de uma 15 anos. Pelo jeito o garoto estava apertado, com a mão sob a braguilha sapateava o tempo todo no mesmo lugar. Não suportando mais esperar tanto tempo , abre a braguilha, saca o “pingulin” e urina na fila mesmo na frente de todos. A mijada que o “Guri” deu era taanta e tão forte que chegou a fazer um buraco no chão. Quando ele terminou, respirou aliviado e soltou um sonoro “Pum”

O senhor que estava em minha frente, voltou-se em minha direção e falou:

- Oh meu fio, eu dava um conto de reis por uma mijada dessa! ! !

Zé Uchôa
Enviado por Zé Uchôa em 28/09/2012
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