A ESCADA
A ESCADA
Lá estava a escada, na calçada,
Sozinha, quieta e sossegada,
Apenas uma escada encostada
Nada demais para se observar,
Porém não ficaria ali despercebida
Sozinha abandonada,
Uma escada encostada na parede
Ali deixada, na calçada?
Não ficaria assim de certo,
Da escola vinham à gurizada
Fazendo barulho, algazarra,
E uma escada ali abandonada?
Que nada, não ficou despercebida;
Logo estava apinhada de molecada,
Um sobe e desce sem parar
Um telhado e outro telhado,
Até onde podem ir as mentes levadas?
Uma escada, e muitos acontecimentos,
Sobe e desce sobe e desce,
Até que de lá alguém despencou,
Foi dar com as costas lá na rua,
Ai ai, gritou o menino; e chorou,
De repente já esta cheia a calçada,
Dona Maria resmunga..., Essa capetada,
Não tem jeito, mexe com tudo.
O menino chora, por tremenda pancada,
Alguns correram outros ficaram
E a escada ali caída no meio da rua,
De quem é a dona escada?
E o menino caído na calçada?
Dona Maria conhece esses,
Já subiram outras vezes no seu telhado,
E se caíssem de lá esses danados?
Chora o menino com o braço machucado
Os vizinhos já chamaram a mãe,
Que viria ainda tirar satisfações,
Sobre quem deixara ali a dona escada?
Talvez um grande descuidado
Ora vá lá, disse dona Maria;
A escada tem dono sim
Afinal não se conserta telhado?
Não se pode deixar uma escada na calçada?
Não deixou de ficar indignada
A dona Maria dona da casa,
A dona da escada...A escada
Que não estava abandonada.
Na vila onde moro tem histórias engraçadas
Essa é uma delas, de quando era menino,
Tempos de muitas gargalhadas.
RICIEL DE OLIVEIRA.