Primavera
Primavera, minha estação do ano preferida. Hoje passei a tarde sentado em um dos bancos da pracinha perto de casa, observando as flores, os pássaros, as pessoas que por mim passavam e as crianças brincando na caixa de areia bem na minha frente que até perdi a noção do tempo.
O sol já estava se pondo quando resolvi volta para casa, caminhando vagarosa mente recordava da tarde maravilhosa, percebi que pela primeira vez desde que me casei minha esposa não me ligou enchendo saco querendo saber onde eu estava e com quem estava. Levei a mão nos bolsos e percebi que as chaves, o celular e a carteira não estavam comigo. Nessa hora sem pensar dei um grito:
- Oh merda! Tá explicado o porquê a Suzana não me ligou, ela deve está uma arara... Quando olhei para lado vi um casal de namorados encostados no muro, fiquei meio envergonhado, mas logo percebi que me ignoraram como se nem estivesse ali, pensei comigo:
- Caramba, o amor é tanto que nem me notaram. Sorri e continuei, cheguei em casa já tinha anoitecido e vi que a casa estava toda aberta, com um certo movimento, achei estranho, tinha alguns amigos sentados, outros de pé, alguns já saindo, mais antes de cumprimenta – lós escutei minha esposa chorando. Entrei correndo para ver o que estava acontecendo, quando entrei na sala ela estava de costa com algumas pessoas em volta dela, entre choros e soluços ela falava:
- Carlos, por quê? Como você fez isso comigo? E agora o que vai ser de mim?
Não entendi o motivo do pranto, não fazia ideia o porque de tudo aquilo, me aproximei dela para tentar acalma – lá, minha linda esposa se abaixou, fiquei paralisado, agora tudo fazia sentido, o porquê de tanta gente em casa, o choros, o motivo de ninguém ter me notado ali, a única coisa que não entendia era como, quando e quem fez isso comigo? Não fazia sentido nada daquilo, só poderia ser um daqueles pesadelos que você tem quando come de mais antes de dormi. Bom foi a única explicação lógica que pude pensar quando vi Suzana debruçada em cima de mim, dentro de um caixão. Mas foram se passando as horas, os dias, as semanas, os meses e percebi que não era um sonho era tudo real, realmente tinha morrido.
E hoje quarenta anos depois, em fim acalmei meu coração pois estou no mesmo banco da praça que estive no dia de meu velório e lá a vejo ela Suzana sorrindo, vindo em minha direção e dizendo:
- Carlos, Depois de todos esses anos, poderemos ficar juntos novamente.