JANUÁRIO E ZÉ MEDONHO
Naquele bairro corria a noticia que num lugar não muito distante dali existia um homem muito feio, diziam até que era a pessoa mais feia do mundo, não se conhecia em toda a redondeza uma feiúra tão marcante como a do dito cujo, tanto que a popularidade do homem se espalhou por uma vasta região, quando se falava em pessoa muito feia sempre comparavam dizendo que só não era mais feio do que Zé Medonho, apelido que muito bem caracterizava sua fisionomia.
Januário era um rapaz novo ainda, mas era muito convencido de sua beleza tanto é que se considerava o mais bonito do bairro mas, apesar da aparência horrenda que tinha o pobre coitado e como reza o ditado: “não existe caldeirão sem tampa”, apesar de tudo a rapaz se casou até com uma bela e prendada moça, pois como se diz “beleza não vai a mesa”, ela não se deixou leva apenas pela a beleza física do rapaz, olhou para a beleza interior e isso Januário tinha, era um bom moço e muito trabalhador.
Após o enlace, o casalzinho mudou para a capital com a finalidade de vencer na vida por lá e muito tempo se passou, lá nasceram e foram criados os filhos até que um belo dia resolveram visitar a terra natal, rever os velhos amigos e vangloriarem pelo sucesso alcançado na cidade grande.
A chegada as suas origens foi uma grande festa, ambos tinha seus familiares fincados na roça, e não eram poucos, assim numa tarde de sábado, com o objetivo de jogar conversa fora e comer algumas porções de peixe frito, se reuniram á na venda do bairro que ficava próximo ao rio, e entre amigos e conhecidos, estavam um grande numero de pessoas, e Januário matou a saudade de seu povo, e como de costume, não deixou de lado a soberba de achar o mais belo e conservado dentre os antigos colegas de infância, atribuído isso as regalias que vive na cidade grande, chegou até comentar a respeito de uma reportagem que viu a uns quinze dias na televisão, pois não é que o danado do Zé Medonho foi matéria na mídia, foi considerado o homem mais feio do mundo, e para justificar, ponderou
___ Não sei se deste titulo é pra festejar ou pra chorar, só sei que se eu fosse tão feio assim, ahhh eu sumia no mundo.
Apesar da aparência horrenda de Januario, ninguém ousou compará-lo ao homenageado até que Filomena, esposa de Neco, o dono da venda, veio servir uma porção de peixe frito a mesa e não se conteve.
___ Januario, dia desses eu mais Neco ainda falamos de ocê, Vice!
Januário todo garboso não se conteve
___ Bem ou mal, posso saber?
E a mulher do vendeiro respondeu com toda naturalidade:
___ Puis foi quando passô Zé Medonho na tevê, disse à Neco: mais como ele si pareci cum Januáro.
Todos caíram na gargalhada menos a mulher que não compreendeu o motivo dos risos e Januário que não achou graça alguma no comentário..