MALVADEZA DO ZEQUINHA
Naquele ambiente de simplicidade, recanto denominado simplesmente de patrimônio, lugar onde os moradores levavam um vida humilde, existia apenas uma venda onde se vendia de tudo, querosene, lampiões, arroz, macarrão, pão, farinha de trigo, carne, embutidos, fazendas, ferramentas, enfim era um supermercado resumido numa simples vendinha, os produtos ficavam em caixotes ou expostos, dependurados as porta do estabelecimento, para que o consumidor pudesse ver e com isso aguçar a vontade de adquirir determinado produtos.
Pois bem a farmácia era de um pratico farmacêutico a quem os moradores humildes depositavam toda sua confiança, com poucos estudos mas muita experiência o homem era considerado quase um doutor, alguns mais humildes chegavam a dizer que faltou poucos anos para se formar em medicina e ele só não era mais respeitados por conta de dona Nóca, conhecida parteira e benzedeira das boas a quem os mais idosos deviam favores por aparar seus rebentos.
Pois bem neste ambiente de simplicidade e humildade parece até que não existia lugar para a pouca vergonha e luxuria, mas enganam aqueles que assim pensam pois até aqui as coisas acontecem, as vezes como que as escondidas, mas acontecem e a noticia se espalha, tanto é que correu o boato que um casal muito conhecido, ele um homem já de idade avançada, acabou casando com uma mulher que todos juravam que tinha a metade de sua idade, era uma mulher fogosa, sensual e que esbanjava seus dotes deixando gordos os olhos dos homens mais assanhados do lugarejo, ao passo que as mulheres de família não a viam com bons olhos, pois corriam as línguas soltas que o esposo não incomodava nem um pouquinho com os casos amorosos extraconjugais da esposa e ainda facilitava as coisas, chegando mesmo a ser um cafetão, pois preguiçoso como era, o importante é que isso lhes rendia alguns trocados para a manutenção da casa.
No mesmo povoado existia um pestinha de moleque, enxerido como que e, apesar da pouca idade já demonstrava os seu tino para as sem-vergonhices da vida e, por acaso ou não, certo dia viu o marido da famosa e conhecida prostituta combinando um código secreto com um forte sitiante do lugarejo pois eu em determinado dia, aguardaria a visitada do intruso e para não causar o suposto constrangimento com as palmas ou chamados no portão, dormiria com um barbante amarrado no dedo do pé, era só dar um puxão, ele acordaria, sairia pelas portas do fundo e o homem poderia ter o seu encontro amoroso com a esposas ante o pagamento de determinada quantia e assim ficou combinado.
No dia, ou melhor, na noite, instantes antes da hora combinada lá foi o danado do Zequinha conferir o a história que ouvirá, chegando lá encontrou o dito cujo barbante exatamente conforme combinado e sem pensar duas vezes e por pura malvadeza, puxou com tamanha força que no outro dia o pobre homem andava manquitolando pelas ruas do patrimônio, davam a desculpa de uma unha encravada no dedão do pé mas só Zequinha sabia o real motivo de tal desconforto..