Cuidado com o Louro
“Ratinho” era assim como ele era conhecido no sub-mundo do crime, acabara de chegar na cidade. No dia anterior fora solto da cadeia, onde cumprira dois anos de reclusão por arrombamentos.
Sua barriga ardia de fome, ele tinha de conseguir urgentemente algum dinheiro para fazer uma refeição. Acontece que trabalho não era o forte do “Ratinho”
Ficou “zanzando” num posto de gasolina , até que alguém lhe chamou para ajudar a descarregar um caminhão. Terminado o serviço recebeu como pagamento o suficiente para fazer uma boa refeição
De barriga forrada, “Ratinho” resolveu dar uma voltas pelo bairros da cidade, dando preferência aqueles de classe média alta. Era um mês de janeiro, grande parte dos moradores do bairro estavam veraneando, a maioria das casas fechadas, um prato cheio, para os amigos do alheio.
“Ratinho” depois de muito andar escolhe a casa a ser arrombada. Antes de efetuar o “serviço” vai até uma banca de jornais ali perto. Queria ter a certeza que os donos da casa estavam viajando, procura o jornaleiro, e. . .
- Bom dia, o senhor poderia me informar de quem é aquele casarão de
esquina ?
- É do Dr. Raimundo mas ele se encontra na praia com a família !
- Eu trago uma encomenda para lhe entregar, será que a casa tem
algum vigia?
- Eu acho que não, Dr. Raimundo e muito “pão duro” e não gosta de
pagar vigias !”
Era tudo que o ”Ratinho” desejava saber. A coisa seria mais fácil do que imaginara mais uma vez passa em frente da casa examinando cada detalhe minuciosamente, agora era só esperar uma oportunidade. Vai para o lado oposto da rua fica sob uma arvore observando o movimento. A rua estava deserta, mais parecia um cemitério. “Ratinho” achou que era chegada a hora de agir.
Olha para um lado, depois para o outro, como não vinha ninguém, ele atravessa a rua, saltando em seguida o portão. Quando já estava no jardim “Ratinho” vê uma placa fincada na gramado, que lhe deixou um tanto intrigado. Lá estava escrito:
“CUIDADO COM O LOURO’.
“Ratinho” pega a lateral da casa e vai caminhando sorrateiramente. Já havia escolhido até a janela por onde deveria penetrar na residência. Num terraço junto a cozinha o marginal vê uma gaiola de papagaio. A ave estava de costas para o ladrão. “Ratinho” se aproxima vagarosamente, chegou até a pensar:
- Porque a placa “Cuidado com o Louro” ?
O ladrão estava não entretido nos seus pensamento, que, sem querer tropeça num balde de lixo. Com o barulho a ave vira-se em sua direção. e. . .
Com sua fala de papagaio, o louro grita com todas as forças do seus pulmões:
- NERO, BRUTOS. . .PEGA O LADRÃO ! ! !
Lá dos fundos do quintal da mansão, rápidos como duas flechas, surgem dois apavorantes cachorros “Dog Alemão”, pretos. “Ratinho” só teve tempo de gritar:
- SOCORRO, eu quero a minha MÃE ! ! !