O CAIPIRA E A ARANHA PELUDA
Criado na roça, naqueles confins de meu Deus, um caboclinho muito matuto, era rude e bruto no trato com as coisas, mas este era o seu jeito de ser, afinal de contas teve uma criação também rude, perdeu a mãe ainda era criança e o pai não tinha nenhum tino para educar o filho que apesar de tudo, era um belo rapaz.
Com o passar do tempo um bela jovem dele se enamorou e com muito custo, começou o namoro um tanto quanto descabido haja visto que o rapaz não entendia nada desta atração pelo sexo oposto, apesar das investidas da candidata o rapaz se esgueirava, mas ela permanecia otimista quanto ao seu futuro e levou avante o relacionamento que culminou com o casamento.
Na noite de núpcias, foram para o ninho de amor, um casebre rústico mas preparado com carinho pela jovem esposa já que ao rapaz coube a tarefa de construir o rancho, a noite estava fria e como costume da região, estavam os dois calado a beira do fogão de lenha, uma situação inusitada, ela desejosa do momento tão esperado e ele parecia alheio a tudo, por mais que a moça insinuasse, nada do rapaz desabrochar para a concretização do casamento, pois o pobre rapaz a bem da verdade talvez nunca tivesse ouvido falar em sexo, e agora casado, provavelmente ninguém tenha orientado sobre a responsabilidade de marido, a moça provocava, insinuava e nada, até que ela se vira, de pernas abertas, saia levantada, ele olha assustado para aquela visagem e sem pensar duas vezes, passa a mão num tição em brasa e agride a jovem esposa, enviando-lhe o tição entre as perna da morena, que mais que depressa, dá um salto se livrando da madeira em brasa e zangada, apesar de não ter se acidentado, pergunta ao marido.
___ O que foi isso! Ficou louco Zé?
Ele matutamente responde:
___ Oia muiè, cê nunca iscuito fala du veneno qu’essas aranhas peluda tem. Mãe falava que é pra mata todas, são muito venenosas si mordê, o homi num iscapa.
___ ??????
Que fazer diante de tal fatalidade do destino? Porem convicta da escolha, dizem que com jeitinho feminino que só elas tem, o homem foi sucumbido e o casamento consumado algumas semanas depois.
Causo – Conto publicado no RL em 11/06/2011