A FRANQUEZA DO MATUTO
Eram bons tempos aqueles, homens simples do sertão que envolvidos no ambiente político procuravam levar mais dignidade ao sofrido povo camponês de suas região. Eram políticos porem não faziam politicagem, o que queriam não era fama e nem popularidade, faziam tudo por amor a vida e ao próximo, infelizmente parece não ser o que hoje presenciamos neste podre mundo do poder.
Assim o nossos personagens viviam em seu reduto apolítico, levando uma vida modesta, cercado pelos afazeres do cotidiano mas era preciso que alguém do pequeno patrimônio fosse a procura de alguma boa alma lá na capital para que o povo local recebesse algum beneficio do governo pois de promessas eleitoreiras ( e naquele tempo já existiam esse tipo de políticos) estavam de saco cheio, assim uma boa alma, homem de certa influencia no governo marcou uma audiência no então palácio do Governo e para lá foram, o prefeito e mais três caboclos matutos mas legítimos representantes do povo para uma conversa com o senhor governador.
Após uma longa espera no saguão do palácio, os quatro homens entraram para a audiência conforme haviam marcado, o governador, um político de longas datas, homem esperto e conhecedor do povo, acolheu-os com muito respeito e carinho, cumprimentando-os com um aperto de mão e dando os conhecidos tapinhas nas costa e tudo mais. Todos acomodados, o senhor governador se recostou em sua poltrona e interrogou-os
___ E então meus amigos, e como vai a zona de vocês? Alguma novidade?
Um dos membros da comitiva, matuto e muito objetivo, se apressou na resposta:
___ Desculpe Seu Governador, é que nois num viemos aqui pra fala de Zona naum, nois nun temos Zona por lá não, sabe como é que é né, o patrimônio é pequinininho e as muié ou são donzelas ou são de familia.