“O Canário da Paineira”
Digo-vos que ainda não havia eu recuperado o fôlego a pos uma longa caminhada, quando adentrei a sala de minha casa e sentei-me a uma cadeira, dali mesmo deparei com a paisagem a qual da à vista uma campina larga e esverdeada, bem próximo dali uma paineira farta em flores acolhia gentilmente um canário afoito e provido de um canto melancólico e rico em lirismo em seu solfejo.
A paisagem daquele lugar não tem eu nenhuma duvida, era de tirar-me o fôlego e dominar-me os sentimentos por tamanha beleza.
La na cozinha da nossa casa estava a Eva, minha delicada esposa, mulher prendada e dedicada a promover-me alegria no viver, amava nossos filhos e os ensinavam coisas boas, todo o dia tiravam-me dos pés cansados minhas botas, esquentava a água do meu banho e cantarolava uma canção semelhante a que cantava-me o canário na paineira, há Eva, doce, gentil de sorriso largo e cabelos longos que caiam sobre seus delicados ombros, naquele tempo a beleza no campo inundavam os olhos da gente, os pássaros que voavam la na campina tinham mais cores, o canário cantor o qual visitava-me nas tardes de verão ficava cada vês mais belo e cada vês mais aperfeiçoava sua vocação, os tempos foram então passando incontrolavelmente, o inverno assolou aquelas terras, e ao partir, retornou o verão, o sol voltava a brilhar, mas o canário da paineira não mais voltou, conto-lhes, que a tristeza e a saudade do bichinho maltrata-me o pobre coração, agora deleito-me ao ouvir o assovio da minha doce Eva que por saudades do canário me acalenta o coração.