UM CACHORRO, UM CAVALO E UM HOMEM

Perdidos imensidão daquele deserto, caminhavam desoladamente um cachorro, um cavalo e um homem, a última gota de água havia acabado e não agüentando mais o calor do sol escaldante e a rusticidade da vida morreram de sede, primeiro o homem, em seguida o cavalo e instantes depois o cachorro e desencarnados suas almas saíram a vagar sem destino certo, porem sempre juntos, o homem, o cavalo e o cachorro.

Muito vagaram ao léu, porem a sensação de sede ainda os atormentavam até que avistaram um lindo oásis naquele ermo desértico, o cachorro e o cavalo guiados pelo homem para lá seguiram e ao chegar no portal de entrada, maravilharam com aquele paraíso e avistaram um linda fonte jorrando águas cristalinas e na gurita um guarda devidamente trajado acolheu informando que ali era o céu, o homem pediu água e prontamente ordenou ao homem que entrasse, alertou porem que ali não era permitido a entrada de animais ao recinto.

Por mais que o homem insistisse, o guarda não autorizou a entrada do cachorro e do cavalo, decepcionado com o que aprendera na terra sobre o paraíso, o homem não entrou, saiu daquele lugar e continuou silenciosamente sua caminhada seguido pelo o cavalo e pelo cachorro.

Mais adiante avistaram outro oásis e sobre a sombra de uma frondosa arvore dormia um caboclo tendo o rosto coberto por um velho chapéu de palha, para lá seguiram o homem, o cavalo e o cachorro. A certa distancia o homem cumprimentou o que estava dormindo e este sem se levantar, respondeu o cumprimento, o viajante sedento pediu água ao que inexplicavelmente o outro ordenou:

__ Pode entrar, você, seu cavalo e seu cachorro, a fonte é mais adiante, bebam a vontade.

Entraram, foram até a fonte onde saciaram com uma deliciosa e cristalina água fresquinha que brotava de uma gruta de pedra, retornando, agradeceram a água e a hospitalidade e aquele que estava dormindo tirou o chapéu da cabeça deixando transparecer o seu rosto e uma enorme e bem cuidada barba branca, sentando, recostou sobre o tronco da arvore e convidou os três a descansarem um pouco a sobra da arvore visto estarem cansados da caminhada, momento em que o caminhante perguntou que lugar belo era aquele:

__ Aqui é o céu!

Respondeu o guarda ao que imediatamente o viajante comentou:

__ Impossível! Logo atrás passamos por um belo oásis e o guarda informou que lá era o céu.

Com um meigo sorriso nos lábios o matuto respondeu.

__ Trapaças de satanás, lá é o inferno e por lá só ficam aqueles que são capazes de abandonar os seus melhores amigos.

Maciel de Lima
Enviado por Maciel de Lima em 16/03/2011
Código do texto: T2852018
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