O AMIGO RICO E O AMIGO POBRE

Eram dois crioulos do lugarejo, nasceram na mesma era, cresceram juntos, estudaram na mesma escolinha até o quarto ano primário, so que um deles, o filho do patrão, ao terminar o ensino primário, foi pra cidade, fez o curso Ginasial e só não prosseguiu nos estudos por preguiça, haja visto que o pai era um senhor de posses, enquanto o outro era o filho do empregado, rapaz humilde que tinha o desejo de vencer na vida porem mal pode concluir o ensino primário, a roça o esperava, haja visto que era o primogênito e o pai mal via a hora de poder contar com o seu trabalho para ajudar na renda familiar e assim que terminou o quarto ano, o premio foi o cabo da enxada.

O filho do patrão com o tempo acabou herdando um bom quinhão de terra da fazenda de seu pai, o outro se casou com uma camponesa do lugar constituindo uma respeitável família e como bom camarada que era acabou permanecendo nas terras do amigo, mas apesar da amizade que os unia desde a infancia eram como água e vinho, totalmente diferente um do outro.

O rapaz pobre apesar infância simples passando por necessidades e provações, se tornou um homem muito religioso, tinha lá suas devoções, respeitador que era dos Dias Santos de Guarda e seguia os ensinamentos da Santa Madre Igreja, já o rico se tornou um homem mundano, materialista que era se intitulava um ateu convicto, depositava sua confiança no seu dinheiro assim, sempre que se encontravam, não pedia a oportunidade de insultar o velho amigo, taxando-o de bobo e sempre dizendo que o melhor da vida ele estava perdendo com essa mania de religião e o fazia de gato e sapato mas ele não esmorecia em sua fé.

O tempo passou, acometido de um mal incurável o honrado caboclinho veio a falecer e recebeu a recompensa pela sua fé indo direto morar lá no céu. E como neste mundo ninguém fica pra semente, algum tempo depois o ateu também morreu e inexplicavelmente, apesar da sua arrogância e orgulho, também foi parar lá no céu.

Na chegada foi muito bem acolhido e enquanto era conduzido para a sua morada eterna, embora acostumado com os ambientes mais requintados do mundo, ia pelo caminho de queixo caído, admirando a beleza do lugar momento em que avistou o velho amigo de infância numa enorme e bela mansão e rodeado de anjos que o serviam, foi então que acostumado com a realidade mundana pensou: Se este porqueira que nada tinha lá na terra, vive nesta mordomia, imagine eu, quão bela será minha morada eterna.

Seguiram o caminho, muito andaram porem uma coisa começou a intrigar o rapaz ateu, pois quanto mais caminhava, mais e mais a qualidade de vida parecia diminuir, embora não existissem favelas no céu, chegaram a um bairro de casinhas brancas muito humildes e singelas, ponto em que o anjo que o acompanhava entregou-lhes a chave de sua morada eterna, pasmado com o que via e acostumado a comprar tudo com o seu rico dinheirinho, o homem questionou dizendo estar havendo ali um equivoco, pois o amigo que não tinha um gato pra puxar pelo rabo na terra estava vivendo numa mansão rodeados de anjos a lhes servirem, porque ele deveria se contentar com um singela casinha branca e o anjo que ouviu a queixa com muita atenção, explicou:

___ O seu amigo enquanto vivia na terra enviou material suficiente para construir a mansão dele aqui no céu, já você não se preocupava com isso e procurou esbanjar tudo na terra, comprando bens e imóveis e gastando com orgias e magoando as pessoas porem ele como seu grande amigo, quando soube da sua morte, ficou muito triste ao saber de seu destino, cedeu a sobra do materialndele para a construção desta singela casinha visto que se não fosse assim, não terias morada aqui no céu.

Maciel de Lima
Enviado por Maciel de Lima em 09/03/2011
Reeditado em 09/03/2011
Código do texto: T2836814
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