A PLEBÉIA TEIMOSA
Num pais distante, nalgum lugar desse imenso planeta chamado terra, um lugar esquisito, com gente esquisita e leis esquisitas, morava um bela jovem plebéia também um tanto esquisita e um rei igualmente esquisito governava este povo. Acontece que esta jovem tinha um péssimo habito pois tudo que ela imaginava, sentia, enxergava ou ouvia, divulgava de maneira um tanto quanto exagerada aos quatro ventos através de palavras ou gestos e quando dizia que pau era pedra, ninguém mudava sua opinião a respeito de tal ato ou fato. Certo dia esta jovem cismou ter visto um piolho na cabeça do neto do rei e contou para as pessoas mais chegadas que o neto do rei tinha a cabeça fervilhando de piolhos assim não demorou muito para a noticia espalhar como fogo em palheiro por todo o pequeno reino.
O neto do rei, também jovem foi tirar a limpo essa historia mas a jovem, apesar da evidencias de que não havia piolho nenhum na cabeça do jovem de sangue azul, continuou confirmando que viu a cabeça do pequeno herdeiro repleta de piolhos. O Jovem foi se queixar para o pai, que por sua vez procurou o rei, pois tal comentário denegria a imagem dos nobres da corte, o rei irritado com tal desproposito também foi tirar satisfação com a plebéia, mas ela, mesmo na frente da autoridade máxima do pequeno reinado, acabou confirmando que realmente a cabeça do neto do rei estava cheia de piolhos. O rei todo poderoso deu ordens severa para que ela não pronunciasse mais tal absurdo sob pena de que cortaria sua língua, mas qual o que as menina continuou a contar esta história com mais ênfase, e como palavra de rei não volta atrás não sobrou alternativa senão ordenar a seus soldados que cortassem a língua da jovem, o que foi feito de imediato.
Passou-se algum tempo, a jovem restabeleceu a saúde, agora muda, não podia falar, assim talvez o deixasse em paz, pensou o rei, mas qual o que, como eximia desenhista que era, a jovem espalhou caricaturas pelo reinado todo, mostrando a cabeça do neto do rei com piolhos. Isto foi a gota d’água, o rei ao tomar conhecimento desta afronta, ordenou que matassem a jovem, atirando a com um pedaço grande de pedra atado ao seu pescoço, num grande e profundo rio que cortava o reinado no que as ordens foram prontamente cumpridas pela guarda real.
A notícia da sentença de morte da plebéia teimosa proferida pelo rei se espalhou pelo reinado e uma multidão foi até a ponte, lugar onde costumeiramente se executava tal sentença, jogada ao rio enquanto afundava se debatendo contra a correnteza, colocou as mãos para fora da água e comprimindo um polegar contra o outro ainda fazia o gesto de matar o piolho, não deixando duvidas de quem presenciou tal execução, que mesmo morrendo, ele afirmava que o neto do rei era piolhento.