MEU CACHORRO PERI

Sou principiante no recanto mas gostei de tal forma que vou colocar aqui, em partes, não às novelas, meu primeiro e apaixonado livro. Vamos lá ao meu primeiro amigo.

MEU CACHORRO PERI

Uma das melhores lembranças que tenho de minha infância é a do meu cachorro, Peri. Como gostava dele! Com muito orgulho, me lembro que as únicas luzes que eu conhecia era a do sol, da lua e a do querosene, grande evolução. Meu pato Donald era um pato de verdade, meu gato Tom era um pobre coitado que um dia meus primos da cidade conseguiram castrar. Como chorei, como senti raiva em ver meus próprios primos judiando do meu manso gato. Ficava injuriado em ver primos bem mais velhos do que eu fazer tamanha covardia com um pequeno bicho inocente. Reclamava com minha mãe e ela dizia que eles estavam divertindo porque na cidade onde moravam não tinham o que fazer. Penso até que ela não estava nem me escutando porque estava muito atarefada, fazendo Pau-a-pique no forno de tijolo para as visitas comerem. A maldade foi tanta que meu pequeno gato morreu. Nunca tive rato de estimação porque minha mãe detestava ratos e acho que ela tinha razão.

Mas o meu grande companheiro, era meu cachorro Peri. Foi o meu primeiro presente de aniversário, quando eu tinha seis anos de idade. Como fiquei feliz, ele pequeno, carente, precisando de carinho e eu sozinho precisando de um companheiro. Foi realmente um casamento perfeito onde só a morte, depois de dez anos, nos separou.

Dei-lhe o nome de Peri porque tinha uma tia que vinha nas férias e lia uma história linda de Ceci e Peri. Meu pai ficava me ensinando que cachorro tem que ser educado e para isso precisava apanhar enquanto novo para depois te respeitar. Era uma luta danada. Na hora que ia dar leite para o coitado tinha que puxar suas orelhas para ele entender que só poderia beber seu leite a hora que eu mandasse. Deita Peri! Come Peri! Pega Peri! Se um dia pudesse voltar o filme da minha vida voltava nessa época. E quando estava ensinando ele a pegar frangos? Se pegasse o frango errado... Meu pai da janela me ensinando: Puxa a orelha dele! Como me doía puxar a orelha de meu cachorro mas meu pai já tinha me ensinado que se não fosse assim, se ele não tivesse educação, começaria a comer ovos, galinhas e até bezerros. Penso que meu pai me educou através de meu cachorro. Tão simples aprender viver através das coisas da natureza! A hora que mandava puxar a orelha dele era como se eu estivesse puxando a minha própria orelha.

Continua...

JOSÉ EDUARDO ANTUNES

Zeduardo
Enviado por Zeduardo em 06/11/2010
Código do texto: T2600450
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