NEM POR DECRETO

O Prefeito de uma pacata cidadezinha interiorana certa vez resolveu moralizar os serviços prestados pela municipalidade, como naquele tempo o prefeito tinha autonomia para fazer o que bem entendesse, baixou um Decreto ordenando que todos funcionários deveriam trabalhar uniformizados, justificando que tal conduta daria mais autenticidade a sua rígida administração alem do que a bem da verdade a confecção dos ditos cujos uniformes, daria de retorno à sua algibeira, parte dos cobres que seriam cobrados pela costureira, sua comadre e algo mais segundo algumas línguas maldosas, retornando através de propinas devidamente embutidos na confecção das faladas vestimentas. Mas comentários maliciosos a parte, verdade era que os trabalhadores de cada setor deveria ter obrigatoriamente o seu uniforme de modo a caracterizar cada tipo de funcionário, coube aos trabalhadores braçais um macacão em brim da cor azul.

Como toda conduta tomada por um administrador publico tem seus prós e contras, houve muita polemica mas o prefeito não arredou pé e no prazo marcado foram distribuídos os ditos cujos uniformes sendo que a partir de então, ninguém mais poderia trabalhar sem estar devidamente trajado, digo, uniformizado. Os trabalhadores braçais do município receberam os ditos macacões e no primeiro dia de trabalho uniformizados, uma plena segunda feira, foram todos para a construção de uma ponte num determinado córrego do município, Zé Roia, um baita dum negrão tinha tomado todas no domingo e apareceu ainda meio de ressaca naquela manhã, porem devidamente trajado, metido dentro de seu macacão azul e lá se foi juntamente com os demais para a dita cuja obra.

Mal haviam começado os trabalhos, Zé Roia queixou-se de uma dor de barriga e saiu adoidado a procura de uma moita para aliviar, avistando a alguns metros do córrego uma bela moita de capim colonião e pra lá se mandou já arriando as vestimentas novas enquanto os colegas de longe acompanhavam as gargalhadas o apuro do negão. Diz ele que foi um sacrifício tamanho desvencilhar do maldito macacão, e foi a conta, agachar e botou tudo pra fora, permanecendo ali por mais alguns minutos meditando nos prazeres da vida e matando o tempo, depois num relance, se levantou e vestiu o macacão, foi ai que sentiu algo estranho dentro da peça de roupa a escorregar pela cacunda abaixo, olhou ao chão para ver o produto do serviço e nada viu, então percebeu que ao tirar o uniforme, se atrapalhou todinho e com a pressa acabou cagando no corpo do macacão. Não teve jeito o negocio foi levara o negro à cidade para um banho e troca de roupa, e apesar das ameaças de demissão, Zé Roia jurou ao prefeito que macacão nunca mais usaria em sua vida... e não usou, nem foi demitido.

Maciel de Lima
Enviado por Maciel de Lima em 26/09/2010
Código do texto: T2520867
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