ME CONSIDERO AINDA CARREIRO

Pendurei o meu laço e arreio

Deixei de tocar a boiada

A técnologia hoje mudo tanto

Que aquela boida no entanto

Viajam hoje engaiolada.

Hoje pra mim é só saudade

Daquelas estradas boiadeiras

Quando olho pro arreio e o laço

Sinto arrepio no braço

Por ainda estar cheios de poeiras.

Na sombra do pé de jacarandá

Descança calado o carro de boi

De quando menino eu carreava

E as suas marcas fundas ficava

Era um tempo bom que já se foi.

O meu pai foi um boiadeiro

E nessa lida eu cresci também

Mas meu tempo foi encurtado

Pela técnologia fui derrotado

Hoje, só a saudade me vem.

Hoje ainda manténho empoeirada

Pra mim a vida acabou

Meu transporte é um cavalo manso

No terreiro as galinhas e os gansos

No peito, só a saudade ficou.

Dimi
Enviado por Dimi em 06/05/2010
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