Resposta em Cima da Bucha

Coronel Ramiro era um rico fazendeiro do sertão de Pernambuco - Por diversas vezes fora eleito prefeito da sua cidade, bem como deputado estadual por várias legislaturas. - O maior desgosto do Coronel era não ter um filho homem que um dia se tornasse o seu sucessor político. - Sua mulher D. Veriana, ao dar a luz ao primeiro filho, tivera umas complicações que lhe deixara estéril para o resto da vida. - O casal pretendia ter muitos filhos, porém teria de se contentar com um único e mulher, para desprazer do coronel.

Terezinha a filha do casal fora criada como uma princesa. - Freqüentara os melhores colégios. - Estudara até na Suíça, onde concluíra o curso de direito. - Quando Terezinha retornou da Europa, não pretendia ficar morando naquele “Cafundós de Judas”, então, resolveu matricular-se numa faculdade do Recife, onde passou a fazer Comunicação Social. - O Coronel Ramiro já estava velho, e cansado, não agüentava mais o “rojão” das acirradas campanhas políticas do interior, portanto, passou a catequizar a filha, para que ela se tornasse a sua sucessora política. - Nesta altura dos acontecimentos, Terezinha já havia concluído o curso de Comunicação Social e agora era repórter de um jornal do Recife. - Terezinha estava pouco se lixando para os constantes apelos do velho, para que ela disputasse à vaga de prefeito na sua cidade, mas, até que um dia terminou concordando com a idéia.

Como todo chefe político do interior que se preza, Coronel Ramiro tinha lá na sua fazenda um bando de jagunços, que lhe acompanhava nas suas andanças durante as campanhas e executavam algumas empreitadas para o chefe, mas, o homem de confiança do Coronel , era um negão forte como um touro chamado “Birino”

Birino era cria da casa, filho de um vaqueiro e afilhado do casal. - Coronel Ramiro, embora fosse um homem austero adorava “acoitar” cabras ruins na sua fazenda. - Todos que cometiam delitos na região, procuravam abrigo na fazenda do Coronel. - Ali o “cabra” estava seguro e a polícia não entrava. - Todo aquele “cabruá” era comandado pelo negro “Birino”que agia com mão de ferro. - Quando Terezinha chegou a fazenda atendendo aos constantes apelos do pai. - A primeiras providencia do Coronel Ramiro, foi nomear Birino para “guarda-costas” da filha. - A partir daquele dia para onde a moça fosse, Birino lhe seguia como uma sombra.

Houve uma convenção do partido como não poderia deixar de ser, Terezinha foi indicada por unanimidade candidata à prefeita. O candidato da oposição era um médico da cidade, pessoa muita querida pelos menos favorecidos, mas, sem dinheiro para gastar na campanha.

Começaram os comícios e haja baixaria, tome retaliação de ambas as partes.

Certo dia de feira, Birino foi até a cidade, para fazer compras para a fazenda e tomar as suas cachaças. - Depois de tomar umas e outras nos botecos da feira, Birino resolve ir até a praça no centro da cidade, onde a população local gostava de se reunir para discutir política e futebol. - Birino ao se aproximar da praça, ainda de longe, viu um amontoado de gente. No meio do circulo, falando

mais alto que os demais, se encontrava Dr. Nivaldo, candidato a prefeito pela oposição. - Birino como não quer e querendo, vai se aproximando vagarosamente do grupo, fica por trás de uma algaroba para não ser visto pelos opositores da patroa . - Do local onde estava, ligou as antenas apurando bem os ouvidos e passou a escutar a conversa do grupo, não deu outra: Dr. Nivaldo estava “metendo o pau” na candidata da situação.

Quando Birino escutou o que o Dr. Nivaldo estava falando, ficou descontrolado. Com aquele calor de 40° e mais as canas que já havia tomado, o homem suava as bicas, sem pestanejar, saca o “38” da cintura, para atirar na cabeça do Dr Nivaldo, e. . .

Uns amigos de Birino que estavam ali por perto, quando viram aquela situação, correm em sua direção, agarrando o mão do homem, e. . .

- Que é isso homé ! Tu ta ficando doido Birino ? Tu ta querendo que a dôtora peica a inleição ?

- ME SORTA GENTE, deixa eu pipocar a cabeça daquele nojento !

- Deixa isso pra lá homé, vorta pra fazenda !

- É mermo, vô vorta pra fazenda ! Mai vô contá tudim pra dôtora !

Birino monta no cavalo e parte a galope em direção a fazenda, em poucos minutos estava chegando. Entre de casa adentro gritando:

- Oh dôtora Terezinha ! Oh Dôtora Terezinha !

- Estou aqui Birino, venha cá ! Falou Terezinha

Birino se aproxima tremendo de ódio e passa a relatar o que vira e ouvira na praça, e. . .,

- Dôtora aquele nojento do Dr. Niovaldo, tava lá na praça “metendo

o pau” na senhora! Eu mato aquele cabra !

A casa estava cheia de correligionários que conversavam com a candidata e o seu pai. - Esta para demonstrar aos presentes que não era de levar recado para casa, aumenta o tom de voz para que fosse ouvida por todos, e. . .

- Deixa isto pra lá Birino ! Aquilo é um covarde, só tem coragem de “meter o pai” por trás ! Quando eu for a cidade eu quero ver a coragem daquele doutorzinho de “meia tigela” ! Só quero ver se ele tem coragem de “Meter o pau” pela frente ! Vou lhe dizer uma série de verdades e ainda “gozar” na sua cara ! ! !