Ninho do Amor

Dizem que o homem quando chega aos 42 anos, entra na idade do “lobo”. Seu comportamento sexual modifica-se completamente, e o “bicho homem” passa a agir tal qual a um lobo caçador à procura da sua presa predileta, a fêmea. Parece que ele tem necessidade de provar para si e/ou para os companheiros sua sexualidade, sua condição de macho predador. - É exatamente sobre um grupo de jovens executivos, com faixa etária entre 42 aos 46, que vou relatar o “causo” de hoje. - Finalmente Dezembro, época das férias escolares das crianças e tempo de veraneio no litoral. Logo no início do mês boa parte da população da minha cidade, Campina Grande, desloca-se temporariamente para o litoral. - Os bairros de classe média alta, em época de veraneio, nos finais de semana ficam desertos, os únicos seres vivos que você encontra em suas ruas, são os vigilantes. - A partir daí o “lobo” passa a ter todo o tempo do mundo para as suas inscursões noturnas. O telefone celular não para de tocar, sempre do outro lado da linha uma “gatinha” ou melhor uma “Lobinha” convidando o “Lobo” para uma esticada num barzinho, um giro pelas “Boites” e/ou um despretencioso jantar. Logo na primeira segunda-feira longe das mulheres, o grupo se reúne num barzinho, era pensamento de todos alugar um apartamento para os encontros fortuitos. Depois de algumas doses chegaram a uma conclusão que melhor seria, em vez de um apartamento, se alugar uma granja. A idéia foi aprovada por unanimidade e logo no dia seguinte a granja foi alugada. - A granja escolhida tinha uma casa confortável e bem mobiliada, localizada na periferia da cidade, de acesso fácil e discreto. Pelo menos ali estariam livres de olhares indiscretos, pensavam eles.. - Para tomar conta do “Ninho do Amor” foi assim que eles denominaram a granja., Pedro Ivo um dos membros do grupo, trouxera de sua fazenda no Cariri, um morador de sua confiança, homem de meia idade, porte avantajado e aparência truculenta. - Zé Justino era o nome do novo caseiro. Depois das recomendações de praxe, foi marcada um bom salário com casa e comida, um Fusca 72 e todas as mordomias que uma confortável casa com piscina pode proporcionar. Zé Justino ficou incumbido da vigilância da granja, sua manutenção e provisão, com determinações expressas de nada faltar, principalmente bebidas, gelo e salgadinhos. - Tudo pronto a granja foi dada por inaugurada. Naquela noite houve uma festa de arromba. Pedro Ivo teve o cuidado de apresentar ao caseiro, cada membro do grupo, tudo isso nos conformes, com nome, placa do carro e até a cor do veículo. O negócio era sério e Zé Justino não poderia dar bobeira. Aquelas férias ficaram na história, eram festas todas as noites, mulheres em “banda de lata” só que cada noite, o plantel era renovado. Cada membro do grupo para ganhar a confiança de caseiro, lhe dava boas gratificações. Quase no final do mês de fevereiro, bem próximo ao termino das férias escolares, o grupo voltou a se reunir. A idéia de alugar a granja dera tão certo, que eles revolveram continuar com a locação, mesmo depois da chegada das suas mulheres. Numa rápida reunião resolveram transformar uma dos cômodos da casa num pequeno cassino, assim justificariam para as mulheres a locação da granja. E assim foi feito, compraram todos os equipamentos necessários ao funcionamento de um pequeno cassino.

Após a chegada das mulheres das férias, a brincadeira na granja continuava, agora com menor intensidade. Para justificar as saídas diárias sempre após o jantar, os “lobos” diziam para as mulheres:

- Minha filha eu vou dar um pulinho até a granja para jogar com o pessoal !

Falava o marido saindo de fininho.

Com o passar do tempo as mulheres foram ficando desconfiadas com tantos jogos, todas as noites, e. . .se reuniram, combinaram que naquele final de semana elas iriam até a granja para conhecer o tal cassino.

Naquela noite de sábado, todos chegaram a granja acompanhados das suas respectivas esposas, em vez da tradicional festa, jogaram baralho realmente. Lá pelas duas horas da madrugada deram o jogo por encerrado e se preparavam para retornar as suas residências.

Pedro Ivo foi o último a deixar a granja, quando ia se aproximando do seu carro o caseiro se acerca, e. . .

- Dotô eu preciso falar com o senhor !

- Pois não Zé Justino, pode falar !

O caseiro fez sinal, chamando Pedro Ivo para um local mais reservado, longe do olhar da sua mulher, e . . . - Dotô o senhor me disculpe, faí tréí mei que trabaio aqui... Sei não. . .

- Fale homem ! Insistiu Pedro Ivo

- Eu nunca vi os “Dotô” traze pra cá umas ‘QUENGAS” tão “DERRUBADAS” que nem estas da noite de hoje ! ! !