Parte 01
Quando tudo começou,
Nem as nuves sabiam o que antecedia àquele dia de inverno...
Ano de 1973...
Os olhos ansiosos do caboclo receberam com fé e café, aquela pessoa destinta!
-Bom dia, senhor Antônio! Meu nome é Ari, vim fazer o recenseamento...
-Pois entre seu Ari, toma um café com a gente, enquanto conversamos... Rosa, prepara um café pro moço! Gritou o homem simples de unhas sujas da terra vermelha de Sertanópolis, para a sua mulher desconfiada.
A conversa prosseguia, o rapaz muito simpático, trouxera com ele um questionário infinito, do tipo: "Quantas sacas de sojas colhidas, sacas de café vendidas... Quantas cabeças de bois. Quantas máquinas para lidar com a terra. Etc... Etc... Até concluir os lucros do inocente".
Nesse momento, dona Rosa os chamam para o café...
Depois de sustentados os estômagos voltam à sala humilde e continuam naturalmente a conversa, até que o moço do recenseamento, pede o número de um documento.
Seu Toninho ameaça ir buscar, mas o moço astuto, ja havia observado no bolso da camisa surrada, diz: -No talão de cheque tem tudo que preciso, pode me emprestar? Assim poupo tempo, já está tarde e tenho outras fazendas para atender...
Na ingenuidade, Seu Antônio entrega o talão que havia pego à pouco na agência bancaria...
Com a voracidade de uma cobra, o moço pede ao sitiante, com muita delicadeza, que assine os papéis... Se despede de todos e se vai, deixando o casal a observá-lo partir.
Dona Rosa, volta para o marido:
-Tonho, um dia você vai se dar mau! Essa tua falta de desconfiança vai te apresentar surpresas, e não das agradáveis...
-Que isso, muié? O moço mostrou o crachá, você viu. Então me reserve do teu comentário desconfiado! Dizendo isso, foi para a varanda pensativo.
As palavras da mulher martelavam-lhe o cérebro, e num istalo, o velho resolveu conferir o talão de cheques.
Para seu espanto, faltava uma folha!!!
O desespero caiu-lhe feito um trovão.
Gritou o filho mais novo e pediu que procurasse pelo irmão, pois tinham que correr ao banco.
No caminho, contou tudo ao filho, enquanto dona Rosa acendia a vela, e com seu rosário nas mãos, pedia à Santinha que estivesse enganada, mas se não, que providenciasse a vitória!
Chegaram ao banco, as portas já estavam fechadas....
"rsrsrsrs.... amanhã continuo, 1:28 hrs, o sono me atrapalha agora! rsrsrs..."
Beijos aos que passarem por aqui!