ATÉ VOCÊ POR AQUI?
Este personagem vamos chamar de Bruno. Embora ele já esteja do lado de lá da vida, seus familiares merecem o anonimato. São destes casos em que a gente ri porque acontece com os outros.
Bruno era um cinqüentão que tinha um emprego de confiança numa indústria no interior de Santa Catarina. Com direito a carro da empresa e outras benesses. Todos os dias, após o expediente ele parava no bar do Rufino para uma, duas ou três doses de pinga, depois ia pra casa.
Era um fim de tarde de uma sexta-feira de um inverno chuvoso. Bruno ficara sem carro, por isso foi a pé até o bar do Rufino, no final do expediente. Alguém prometera carona para deixá-lo em casa, que era mais distante. Enquanto aguardava, Bruno foi tomando um, mais outra, mais uma terceira, quarta até perder a conta. Seu “motorista” estava ocupado jogando pontinho com mais alguns companheiros.
Bruno esperava com paciência, enquanto perdia a conta da bebida. Finalmente o sujeito que lhe prometera carona acabou seu joguinho. Juntamente com mais dois companheiros chamou Bruno para irem pra casa. No carro, Bruno falou com a língua meio enrolada:
- Eu quero ir pra zona! – Depois ficou insistindo com a convicção de todo bêbado.
Os companheiros concordaram em levá-lo para lá. Quando chegaram aos arredores da cidade, Bruno estava roncando. Deram meia volta e foram deixá-lo em casa. A mulher dele apareceu na porta quando ouviu o carro parar. Os companheiros acordaram Bruno com um “chegamos” sussurrado. Ele esfregou os os olhos, desceu do carro, olhou pra mulher contra a luz da casa e exclamou:
- O que você está fazendo aqui?