OS TEUS LÁBIOS SÃO PÉTALAS.                                             

 

 

Imaruí, SC, 12 de fevereiro de 2008.

 

 

 

Linda Loirinha,

Je t’aime d’amour!

 

                             Como tu deves saber eu estou sozinho e, por me achar assim, nessa noite essa madrugada fria está cheia de astros, sonhos, lembranças e anseios reprimidos.

Ao longe, ouço um pescador que entoa uma velha canção, e a lua parece imóvel escondida no céu como que me escutando ou me espiando.

As estrelas viajam movendo-se lentamente nessa campina sideral sem fim, ignorando a terra escura e adormecida num sono cheio de sombras.

Nessa hora o mundo todo está dormindo, pelo menos aqui no ocidente, só eu estou acordado e perdido em recordações saudosas de ti.

Estou sozinho, mas penso em ti e sinto saudades, todavia e sem querer, eu sou invadido por um alucinado desejo ardente nessa madrugada fria.

Fecho os olhos para ver melhor o que a minha mente desenha, o que minha alma sente, de repente, ensimesmado te vejo linda e muito feminina se aproximando entre as brumas da manhã que se avizinha.

Em minha alucinação tu tens uma beleza suave e um corpo desejável, supostamente muito macio, quente e perfumado, que se evola graciosamente nessa névoa impalpável e fria.

Estou sozinho minha linda mulher, meu doce e lindo amor e, assim, me pergunto, até quando viveremos este amor à distância?

Espero que tu também estejas pensando em mim, talvez em sonho porque ainda dormes, assim como eu penso em ti e nas coisas boas que iremos desfrutar numa entrega mútua e muito sonhada.

Será que poderemos viver graciosamente nos amando sempre, após essas experiências que até agora vivemos, sempre nos querendo com os nossos tão sonhados e encantadores encontros?

Será que haverá para sempre os momentos felizes, iguais a esses que estamos vivenciando com as nossas entregas livres e sensuais, esquecidos e perdidos em carinhos plenos, sem o medo dos preconceitos ou das restrições?

Eu sei que nos amamos e que nos desejamos, e que, passaríamos noites e dias sem fim entrelaçados, entretanto, parece que nos povoa um indefinível e angustiante medo do futuro.

Desculpe minha querida, mas todos nós temos medo do futuro, entretanto, dele sempre esperamos eventos alvissareiros, pois para alcançá-los teremos que navegar sempre a doce nave da boa esperança.

E eu espero, um dia, atracar a minha doce nave cheia de cachos loucos de esperanças, no teu eterno porto de carícias.

Será que sentiremos sempre a fúria de nossos atuais e insistentes beijos, e o delírio supremo que sentimos através do gozo e do prazer em nossos corpos?

Pois atualmente estamos vivendo e nos deliciando a cada momento esse encontro precioso, essa dádiva concedida pelo nosso Pai, o Supremo Criador, e que, somente tem fortificado com a perseverança esse nosso envolvimento idílico.

Enquanto penso nessas possibilidades minha querida, mais e mais se avoluma dentro mim esse amor, entretanto, eu fico triste porque estou solitário e com alma amanhecida e úmida de saudades.

Esse amor é muito gostoso, mas essa distância nos impõe esse afastamento temporário que nos causa muita ansiedade, muitos sonhos, muitos desejos e uma doída aflição.

Desde que te conheci, (07/11/07) a minha alma não pede outra coisa, a não ser esse desejo insistente de estar contigo para sempre. Eis o meu sonho!

Tu és muito linda e, a cada dia estás ficando mais linda, linda de bela eu diria, principalmente com esses cabelos de ouro, cheios de luzes, um verdadeiro trigal maduro chispando luzes, transformando a minha fantasia numa doce realidade.

Somente tu, ó doce mulher, foste capaz de realizar esse desejo meu, agora sim, tenho e amo uma “deusa” loirinha que enche os meus olhos já velhos, cansados e tristes.

Quando eu sou abraçado por ti, com aquele teu trejeito de menina arteira, mas com uma inominável e doce ternura, eu sinto o teu corpo buliçoso que enfurece mais ainda os meus desejos que não são mais ocultos.

Meu sonho é despetalar a rubra rosa de tua sensual boca, essa flor lúbrica de duas pétalas.

Sabes por quê?

Porque te amo loucamente!

 

 

 

 

                                                                                                   

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 12/02/2008
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