CARTA A PRADO, ADÉLIA
Sigo cumprindo a sina e flamejando esta bandeira!
Não é mesmo um cargo muito pesado para mulher?
Nossa cabeça pende sempre ao ombro prendido
E quão pesaroso sentimos este assento...
E assim, revelando vou o peso que pensa
Nas linhas desvirginadas da vida, não sendo
Escolha minha gritar... Rápido foi meu arbítrio
E das mãos melodicamente atadas me abstive
Deitando-as numa calçada cinzenta de infância.
Na minha lembrança, rostos abafados também por gritos
Em comum abafados, medrosos em permitir à face ver-se,
Nalgum espelho neutro deste reino magistrado
Por sonos retrocedentes e longos demais, fundos demais...
Que assentavam no vão incabimento das contas
(no colar que se partiu)
Exemplo de cousas não-emendáveis, como também
A saudade das abdominais em risos que, deveras,
Enrijeceram a face triste de meus últimos anos
Forasteiros, um sanatório acessório que me angustiava.
Despreocupada padeço no olhar viscoso dessa pedra
Pedra redonda que rolando rolou por cima de tudo
Esmagando a bela passagem daquele brilhante sustenido
Protegei-me dessa pedra novamente... Oh anima de mim mesma
Mas se ela tiver de vir, que venha, eu a amparo.