EJA
Educar na flor da infância é lindo, mas já entrou em uma sala de EJA com senhores(as) de 50 anos ou mais?
A educação no fim da jornada, para aqueles que tanto plantaram e por motivos de forças maiores não tiveram acesso à parte da colheita. Aos que precisaram trabalhar sem cessar para o sustento da família. Aos que foram doados ou deixados à porta de outras famílias que os delegaram responsabilidades em gratidão à acolhida... Ou até aqueles que desanimaram no início e pararam de frequentar a escola.
O EJA é como um véu que se abre, um novo universo, como uma forma de devolução da dignidade, uma permissão de acesso ao que foi privilégio para muitos.
...Quando o polegar pode deixar de ser usado nas assinaturas, dando lugar as letras de seus nomes. A contagem das cédulas do troco da padaria. A escrita da mensagem de feliz aniversário para os familiares e amigos.
Nesta fase da vida, a educação pode não abrir tantas portas e, às vezes, pela lei natural, pode não dar tempo de pegar o tão sonhado diploma nas mãos, por uma interrupção repentina esperada. Mas, sem dúvidas, acende um fio de aconchego, revela o sentido de muitas coisas e proporciona, sempre, o novo, até mesmo no fim.