Confissões desnecessárias.

Fomos educadas para ser casta diva. Guardar nossa pureza. Resguardar-se em sensatez e submissão.

Juro que tentei... Juro que insisti em seguir fielmente todos os padrões impostos por uma sociedade patriarcal e até

misógina. Mas, sucumbi, pois tudo que desejava era ter minha dignidade humana respeitada... Sentia-me uma ameba inconfidente.

Rejeitada e infectada com ânsia de liberdade e autonomia. A alma conhecia o vento, a tempestade, as nuvens e, até os anéis

de saturno que vestia nos dedos para ter o comando das mãos.

Fomos educadas para tantas coisas... de não gritar, não reclamar, não reivindicar... Todos os gestos poderiam lhe condenar

a ser alcunhada de "encrenqueira", "barraqueira" ,ou apenas, como um mau negócio... Não podia admitir ser tratada como mera serva, ou objeto de pretensões meramente carnais e sociais. Eu sou sujeito e responsável por minha existência.

Sou mais um ser humano, não posso ter o status de um pet ou de um mero objeto.

Perdoe-me a insistência. Mas, não posso desistir de ser o que naturalmente eu sou.

Abraços cariocas

 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 17/08/2024
Reeditado em 17/08/2024
Código do texto: T8131102
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