Bandit
(FAUVE)
Eu nunca mais vou ouvir seu uivo,
seu latido de alerta, seu ganido, meu ruivo.
Nunca mais vou ouvir o seu gemido
de pura alegria à minha chegada.
Nunca mais vou ver sua corrida
doida, elétrica, desenfreada.
O seu pelo dourado cortando o ar
como uma raposa em disparada.
Nunca mais hei de provocar seu ágil pulo
no afã de ganhar um bom regalo
E agüentar sua lambida molhada
no seu modo peculiar de me beijar
Ou sentir sua pata ... sempre delicada,
pedindo mais doces, cafunés e afagos.
Não mais irei gritar "cala a boca, menino", nas madrugadas
Nem te reservar o maior e melhor osso – bem disfarçada ...
Ou brincar de engana-tolo, bolo-de-rolo, joão-bobo,
só prá te dar um pedacinho do meu bolo.
Não vou mais ver seus olhos castanhos, dourados
grandes, amorosos, arregalados;
Nem aquele seu andar desengonçado,
torto, rebolante, bandeado
E seu rabo de espanador agitado.
Não vou mais me sentir segura, com seus dentes afiados
a ameaçar qualquer estranho incauto, descuidado,
me protegendo, se preciso fosse, com sua própria vida!
E não vou te levar para o nosso passeio
sentindo toda tua manha, tua prosa, o teu anseio.
Depois, sentado na Pedra da Virgem - meio alheio,
aguardar minha Ave-Maria, das seis da tarde.
Adeus Amigo
com quem tanto conversei,
na cabeça onde chorei ...
Eu nunca mais vou te esquecer!
Descanse em paz:
você bem mereceu!
**********************
Em tempo:
Tudo isso não é verdade,
pois eu sempre vou te ver correr adoidado,
sob o sol da manhã,
no verde do meu gramado.
***********************
Silvia Regina Costa Lima
30/01/1997 - (um dia para marcar com uma pedra preta. como os romanos faziam)
(FAUVE)
Eu nunca mais vou ouvir seu uivo,
seu latido de alerta, seu ganido, meu ruivo.
Nunca mais vou ouvir o seu gemido
de pura alegria à minha chegada.
Nunca mais vou ver sua corrida
doida, elétrica, desenfreada.
O seu pelo dourado cortando o ar
como uma raposa em disparada.
Nunca mais hei de provocar seu ágil pulo
no afã de ganhar um bom regalo
E agüentar sua lambida molhada
no seu modo peculiar de me beijar
Ou sentir sua pata ... sempre delicada,
pedindo mais doces, cafunés e afagos.
Não mais irei gritar "cala a boca, menino", nas madrugadas
Nem te reservar o maior e melhor osso – bem disfarçada ...
Ou brincar de engana-tolo, bolo-de-rolo, joão-bobo,
só prá te dar um pedacinho do meu bolo.
Não vou mais ver seus olhos castanhos, dourados
grandes, amorosos, arregalados;
Nem aquele seu andar desengonçado,
torto, rebolante, bandeado
E seu rabo de espanador agitado.
Não vou mais me sentir segura, com seus dentes afiados
a ameaçar qualquer estranho incauto, descuidado,
me protegendo, se preciso fosse, com sua própria vida!
E não vou te levar para o nosso passeio
sentindo toda tua manha, tua prosa, o teu anseio.
Depois, sentado na Pedra da Virgem - meio alheio,
aguardar minha Ave-Maria, das seis da tarde.
Adeus Amigo
com quem tanto conversei,
na cabeça onde chorei ...
Eu nunca mais vou te esquecer!
Descanse em paz:
você bem mereceu!
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Em tempo:
Tudo isso não é verdade,
pois eu sempre vou te ver correr adoidado,
sob o sol da manhã,
no verde do meu gramado.
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Silvia Regina Costa Lima
30/01/1997 - (um dia para marcar com uma pedra preta. como os romanos faziam)