É uma vez...

Era uma vez uma moça que pensava que a amizade na vida era uma fase, como a tristeza e a alegria, e ela sempre pensava o fim de suas amizades antes dos começos em seu mundo de trás pra frente, onde todas as páginas começavam terminadas num beco qualquer dentro de uma poça anônima.

Passeando por seus caminhos de fios e dados ela encontrou, sem pensar em começos ou finais, uma garotinha linda sentada no meio da estrada. Não parecia nem feliz nem triste, era só o que podia ser nas condições em que podia ser, vivendo plenamente seu estado de ser-é naqueles instantes que mudavam tão rapidamente. A moça não prestou muita atenção na garotinha porque estava muito preocupada consigo propria e com todas as suas histórias de ponta a cabeça enredada na sua propria vida. Mas, por acaso, ou sendo tecida cuidadosamente pela aranha do destino, a garotinha apareceu em mais outros pontos da estrada e a moça começou a perceber que havia mais alguém ali além de sua sombra pálida e seu reflexo vacilante a acompanhá-la por todos os lugares. Resolveu parar e conversar com a garotinha, e a garotinha se desfigurou num anjo vestido em pele de gente. e ela nunca mais foi a mesma. A moça queria tanto andar ou mesmo ficar parada com ela que não conseguia pensar em nada mais que não fosse isso, em nada mais que não fosse um meio tão grande sem começo nem fim, esticado nas duas partes do infinito que era infinito mais que o universo, do tamanho da imaginação humana. E pensando nesse meio tão comprido, esqueceu-se de como fazia antes para chegar ao fim, e de como poderia se lembrar do seu começo. E seus olhos de estrelas enjauladas puderam brilhar de novo e tudo o que ela pôde perceber foi a sensação de ser vestida com um manto de gratidão, e ela nunca mais quis mais nada que não fosse andar com aquela anjinha vestida de gente, ou ficar parada com ela na estrada.

Miga, te amo mtoooooooooooo! Mas mto mto mto mto mtoooo!

Gracias por todoooo!