O homem da minha vida
Ele foi o primeiro
homem da minha vida,
é o primeiro que amei,
e o primeiro de tudo.
Eu o amo, e muito
sei que é recíproco,
mas nosso jeito de
amar um ao outro
é meio frio.
Eu não vejo meu
pai há muito, muito
tempo.
Não sinto falta,
não sinto nada
além de alívio
de saber que ele
está bem, na medida
do possível.
De tanto que dizem
que eu pareço com
ele, eu acabei acreditando.
"Você é alta,
linda, tem o
sorriso igualzinho
ao do seu pai"
Esqueceram que,
às vezes,
falar sobre ele
dói em mim.
Principalmente
quando me perguntam
se eu sinto falta dele.
Mas agora, nesse texto,
está tudo bem, eu
tô tranquila.
Como dito anteriormente,
a resposta é não,
não sinto falta, eu
me acostumo com
a ausência das pessoas.
Eu não tenho muito
o que falar para ele,
mas tenho algo a
dizer sobre ele.
Emocionalmente falando,
eu sentia falta dele, eu
cresci e criei espinhos,
mas agora é difícil de
cortá-los.
Ele sabe desses espinhos,
mas nunca tentou encostar
seus dedos neles.
Eu fico meio sem jeito
perto dele, a idade e outras
coisas criaram um parede
de vidro entre nós.
Vidro temperado,
quase inquebrável.
Eu não sou tão durona
assim, se ele tocar minha
alma, eu viro aquela meninha
chorona que ele conhece muito
bem.
Mas, tem algo que quero
falar para ele, ele sabe
disso, no fundo ele sabe.
Apesar de tudo,
Eu te amo, é genuíno,
eu sempre te amei e
sempre te amarei.
Obrigada por existir,
pai.