O homem da minha vida

Ele foi o primeiro

homem da minha vida,

é o primeiro que amei,

e o primeiro de tudo.

Eu o amo, e muito

sei que é recíproco,

mas nosso jeito de

amar um ao outro

é meio frio.

Eu não vejo meu

pai há muito, muito

tempo.

Não sinto falta,

não sinto nada

além de alívio

de saber que ele

está bem, na medida

do possível.

De tanto que dizem

que eu pareço com

ele, eu acabei acreditando.

"Você é alta,

linda, tem o

sorriso igualzinho

ao do seu pai"

Esqueceram que,

às vezes,

falar sobre ele

dói em mim.

Principalmente

quando me perguntam

se eu sinto falta dele.

Mas agora, nesse texto,

está tudo bem, eu

tô tranquila.

Como dito anteriormente,

a resposta é não,

não sinto falta, eu

me acostumo com

a ausência das pessoas.

Eu não tenho muito

o que falar para ele,

mas tenho algo a

dizer sobre ele.

Emocionalmente falando,

eu sentia falta dele, eu

cresci e criei espinhos,

mas agora é difícil de

cortá-los.

Ele sabe desses espinhos,

mas nunca tentou encostar

seus dedos neles.

Eu fico meio sem jeito

perto dele, a idade e outras

coisas criaram um parede

de vidro entre nós.

Vidro temperado,

quase inquebrável.

Eu não sou tão durona

assim, se ele tocar minha

alma, eu viro aquela meninha

chorona que ele conhece muito

bem.

Mas, tem algo que quero

falar para ele, ele sabe

disso, no fundo ele sabe.

Apesar de tudo,

Eu te amo, é genuíno,

eu sempre te amei e

sempre te amarei.

Obrigada por existir,

pai.

Mariane Carvalho
Enviado por Mariane Carvalho em 18/03/2023
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