eu aprendo a me amar sozinho ou alguém me ensina?
Sinto como seu eu fosse um fantasma querendo chamar tua atenção.
Junto todas as forças que me restam e tento mover objetos, ecoar minha voz pelos cômodos, aparecer de relance no mesmo espaço que tu habita. Mas falho. E a cada vez que falho, sumo mais um pouco pra tu e pra mim.
Por mais etéreo que eu me encontre, ainda assim, consigo a proeza de me dissipar no ambiente sem que ao menos tu me notes.
Nem numa única fração de segundo. Nem no mais baixo dos ruídos ou pela simples fresta de luz e poeira que entra pela janela do quarto.
Estou invisível.
De certo modo, também preso entre os silêncios do nosso cansaço.
Já me mandei - por inúmeras vezes - sair em busca de luz, mas, neste momento, ela parece tão distante quanto tu.
E isso tem me assombrado mais que o vazio desta casa.