Des jours à Port-au-Prince - Barbancourt, l'arrivée

26/01/1997

Noite de domingo num hotel em Porto Príncipe. Nunca pensei em vir pra cá. Nem por esses três meses. A fama de PAP (Port-au-Prince) no MRE é das piores. Acabei vindo. É o meu segundo domingo aqui. Passei alguns dias de depressão. Meu estado emocional... Estive com os nervos à flor da pele, embora só ficasse à mostra à noite.

Aconteceu um dia no Hotel El Rancho. Aliás, que hotel bom. Pena que fica longe da Embaixada e o transporte público aqui é uma loucura. São pequenas camionetes com bancos de um lado e outro na carroceria, carrocerias cobertas de maneira que os passageiros ficam uns de frente para os outros.

Na cabine, vão mais dois três (passageiros) com o motorista. Na carroceria, acho que até 15, pois, às vezes, passam "tap-taps" com gente de pé no para-choque traseiro, segurando no teto da cobertura da carroceria. Há viagens com tantos passageiros que vão se acomodando nos joelhos dos que estão assentados. Sem qualquer problema, ninguém reclama. Não tem campainha pra pedir a parada. Batem com o punho no teto da camionete. (Post scriptum: A senha é: MERCI. Ou seja, obrigado. O motorista para, o passageiro salta por trás da carroceria. Os mais afortunados vão junto com o motorista, em geral mulheres com crianças).

Hoje, para perder o medo, peguei meu primeiro tap-tap. Fui até Pétion Ville e voltei a Bordon. Qualquer hora, vou até o centro da cidade, um lugar que me deu medo, pela sujeira e mau cheiro, as vezes que fui. Mas já não estou achando tudo tão estranho. O ser humano se acostuma com tudo.

Quando cheguei, vindo de Miami, me esperavam o A. Lincoln e o diplomata C. A. O. Me lembrei da Arábia Saudita, por causa da confusão do aeroporto.

Passei os primeiros cinco dias (15, 16, 17,18, 19) no Hotel El Rancho. Coisa de cinema. Mas porque era muito caro e fica longe do trabalho, acabei vindo para este Villa Saint-Louis. Daqui vou a pé para o trabalho. Tenho TV a cabo no quarto, um frigobar, acho que não está mal. Há uma saleta, o quarto é grande. Já estou bem. Existe a pontinha de uma depressão, mas creio que foi a minha ida a Pétion Ville de tap-tap - acho que o pior já passou.

Agora vou tomar um Barbancourt (rum local) e ver um pouco de TV, também local. Está chegando o Carnaval e parece que é tão importante quanto no Brasil.

William Santiago
Enviado por William Santiago em 20/01/2023
Reeditado em 23/01/2023
Código do texto: T7699890
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