O banquete de uma vida turbulenta
Eu ouço a chuva na janela, que revigora minha esperança em mais uma madrugada de solitude, embalada pelas músicas da minha vida, além de poucos pensamentos em voz alta.
Hoje a chuva soa como lamento de todos nós, que tivemos um ano cheio de tópicos importantes, amores, dores, e raiva, que as vezes é capaz de nos tornar aquilo que mais odiamos.
Tenho certeza que todas as frustrações que tivemos (e ainda temos), serão combustíveis para nossa retomada, o combustível do avião, que para por alguns segundos no começo da pista, toma fôlego, e corre para decolar.
Durante dez minutos será a subida mais constante de nossas vidas, veremos ficar para trás as construções que já não nos servem mais, prédios lotados de pessoas do passado, mágoas em forma de casas enormes, algumas cheias de gente, outras vazias a muito tempo.
Então entraremos em velocidade de cruzeiro, um longo voo para o nosso destino, que pode ainda ser desconhecido, mas que promete ser o carimbo mais feliz do nosso passaporte.
Turbulências são inevitáveis, algumas nos tiram do eixo, mas se estivermos com o cinto afivelado, logo passarão. E com a calmaria, seremos servidos do banquete da paz, amor, alegria, e da satisfação de poder se orgulhar do caminho que traçamos.
E se em alguma das turbulências da vida você se ferir, seja com uma grande decepção, ou uma dor nas costas que te impossibilita de viver, saiba que sempre tem um médico no voo, que pode ajudar de várias formas, com um remédio, um tratamento, ou uma conversa.
Espero que seu banquete chegue em breve.