CARTA DE AMOR RASGANDO O PEITO DA INOCÊNCIA
João Pessoa-PB, 07 de junho de 2021.
Prezado amigo
Prezada amiga...
Boa noite!
Ao dar início a esta singela carta, peço encarecidamente que não leia o que está escrito nela, até porque é uma carta que eu não gostaria de ter escrito. Nem sei os motivos e tão pouco me importo com isso.
Sei apenas que estou numa noite quase beirando chuva, com uma vontade danada de ir pra cama e resolvi, antes de deitar-me, escrever esta carta.
Como te falei nas primeiras linhas, de fato, claro, eu não gostaria de ter feito ela, até porque não sou muito levado pelas emoções cotidianas dos prazeres de comunicar-me.
Tantas vezes eu fui pego roubando vontades alheias e por ser a própria carta que escrevo não me contive, resolvi dividir o que penso com vocês.
Percebo que não vais gostar, até porque esta carta não vai dizer nada de diferente em relação a outras cartas. Ela é simplesmente a continuidade de outras cartas escritas em outroras.
Mas, voltando ao que pretendo, não sou inocente, pelo contrário guardo a ingenuidade comigo de achar que sou direto e objetivo.
Me perdoa pela hora, pelo desabafo, por tudo dito que vá de encontro ao que pensas.
Quando eu estufo o peito não realizo sonhos, mas me acontece algo totalmente idêntico ao que penso.
Penso que os pensamentos das humanidades são na sua maioria equivalentes ao valor de juízo que se faz daquele que jamais se importa com outro.
Estou na plataforma daqueles que querem um lugar de destaque para os que não possuem nem o domínio da luta. É aí que nasce a promiscuidade.
Atualmente meu ilustre, minha ilustre, tudo se transforma, não porque fora dito por Lavoisier, e sim, pela incoerência da inocência.
Obrigado e que tenhas um sono leve, livre e intimista. Conte-me, se possível for, porque sendo assim, já me vou depositar minha estrutura óssea no meu tão sonhado ortopédico... Livra-me das dores coluniais.