Carta à Dúvida

Olá minha cara Dúvida,

Começo esta carta com diversas indagações e você por ser quem é já deve saber grande parte ou a totalidade delas. Com o passar do tempo penso mais e mais sobre onde você aparece, me questiono sobre sua própria natureza, você está cobrindo meus olhos? Nesse momento estou olhando inteiramente para você ou apenas para um fragmento? Você é grande? Pequena? Muitas questões, poucas respostas, e eu gostaria muito que você pudesse me responder. Francamente cara Dúvida, isso me deixa frustrada e irritada, se eu fosse artista conseguiria exprimir esse sentimento do qual não sei falar sobre com uma facilidade maior do que a atual. Até lá, fico à mercê de você, gostaria ao menos de conhecer sua parente, a certeza, porém sei que se trombar nela assim como trombei em você posso ficar cega, ou até fazer uma morada com elas, perigoso não acha? Já morar com alguém que você nem conhece. Um dia você irá embora? Eu preciso ser paciente? Ou agir? Viu, mais questionamentos, e o seu silêncio tenho como resposta.

Sinceramente, olho pra você agora e vejo que você não é fiel pois está comigo e com as pessoas que olho ao mesmo tempo, e as vezes entre mim e essas pessoas, sei que você é necessária, porém uma parte de mim sente que [...] (dei uma pausa porque você cara Dúvida, apareceu na próxima frase iria ser escrita), Você não tem vergonha de fazer isso? falo isso rindo, mas tenho uma leve raiva, espero que sejamos amigas, pois ficaremos lado a lado nessa vida e se não nos dermos bem as coisas poderão ser turbulentas.

Até Daqui à pouco, você se foi mas sei que em breve irá voltar pra se mostrar novamente

De: Uma outra dúvida.