Balas de banana

Há 13 anos eu chamava por você em um leito de hospital, fazia manha para que cuidasse dos meus machucados e quase sempre inventava uma desculpazinha para que me desse aquele remédio docinho com gosto de infância. Lembro-me das vezes que dormia em sua casa nas férias de verão e você ria de tudo que eu fazia ou falava. Lembro principalmente quando íamos à igreja, eu sempre dava um jeito de fugir para sentar ao seu lado e você quase sempre tinha várias balinhas em sua bolsa, entre elas as minhas queridinhas balas de banana.

Pensar em te perder me faz chorar, ficar longe de você também, e ultimamente tenho estado tão distante de você. Como se a conexão estivesse perdida.

Você sempre foi e sempre será meu maior exemplo. Que eu possa ser como você um dia, ou pelo menos metade. 

Teu riso único me encanta, tua paciência me acalma, teu abraço me conforta e ouvir você dizer que me ama toda vez que vou embora me desarma. (pronto, chorei…)

Se você soubesse o tamanho do meu amor e gratidão por ter você em minha vida, como meu mais fiel anjo da guarda. Que é capaz de me decifrar apenas com um olhar e sempre adivinha as minhas vontades!

Lembro das vezes que me acolheu quando mais ninguém foi por mim, que ofereceu sua casa como esconderijo e como me curou aos pouquinhos da imensa dor que sentia. Sempre com as palavras certas.

Infelizmente o tempo passou, eu cresci e como consequência mudei, tanto espiritualmente como fisicamente. E agora, mesmo com todas as cicatrizes e traumas, sei que não posso mais me apoiar em você. Agora é você que precisa de ajuda e me sinto tão impotente por não poder e nem ao menos saber como ajudar. Não consigo tirar nem um riso contagiante como nos velhos tempos. 

Se eu pudesse roubaria todas as tuas dores e curaria todas as tuas feridas uma a uma. Mesmo que não nos diga, sabemos quando dói. 

Que eu seja capaz de eternizá-la em minha memória e que eu sempre carregue partes de você em minha essência! Pois… eu te amo daqui até a Lua.

Dedico esta carta para o único e verdadeiro amor da minha vida.