PARA ELA

Vejo nas fotos o seu sorriso, o seu rosto;

A moça que aparece lá para mim,

Tem traços que lembram os meus (dizem).

Mas a tecnologia pela qual fazemos contato,

Não aplaca nem extingue a falta que sinto de você!

Cresceste tanto, e estamos agora tão afastadas,

Que não sei mais como demonstrar o meu carinho, apesar das brigas.

Deixaste não um vazio, mas um buraco que nada fecha.

Resolveste tua vida sem me consultar, sem me comunicar, só me falaste dias antes:

"Mãe, vou morar na Irlanda!"

E lá se vão quase 4 anos!

Julgaram-me errada, "síndrome do ninho vazio", e tantos outros nomes Que não traduzem sentimentos, apenas comportamentos.

Eu só me sentia próxima da frase da música do Djavan que diz: "... feito desgosto de filha,

De filha"...

Eu só queria ouvir uma mãe.

Uma mãe!

As mães se conectam, se entendem, se identificam apenas no olhar.

Nada falam.

Mas há um cordão invisível, mágico, que iguala e une a todas nas situações que envolvem filhos. E filhas.

A dor do coração faltando um pedaço, com um nome gravado, que um dia com orgulho e as melhores intenções, escolhemos.

Se você não é mãe, não adianta, nunca vai entender...

Saudades, filha.

Te amo.

Cássia de Castro
Enviado por Cássia de Castro em 21/10/2020
Reeditado em 21/10/2020
Código do texto: T7092962
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