Carta para dez mulheres
Admiro tanto essas mulheres que ouso chamá-las de minhas amigas. Se foram, são ou serão, não é relevante agora. Tenho tanto orgulho de estar no seu convívio, real ou virtual, que o nome que se dá à nossa relação é pouco importante. Se a amizade é verdadeira ou eterna, no caso dessas mulheres, tampouco representa qualquer risco.
Encontrei-as em diferentes etapas da minha vida, algumas, muito jovem, outras, ainda outro dia. Com poucas exceções, não se conhecem e são individualmente bastante diferentes. A maioria vive longe de mim e, se a falta de convivência é razão para a duração de nossa relação, nada muda também. É possível que algumas eu nunca mais encontre, outras se esqueçam de mim, mas tudo o que importa é o que sinto por elas, é a importância delas na origem desse sentimento bom, sereno, apaziguador da minha alma, sempre inquieta.
O que têm em comum essas mulheres e o que tanto admiro nelas? Em primeiro lugar, em todos os casos, foi amizade à primeira vista, quase imediatamente senti uma empatia, uma intimidade inesperada, uma vontade de querer estar sempre por perto. Logo me dei conta das razões para tanto. Inteligência, cultura, delicadeza, educação são seus atributos que me cativaram logo de cara. Achava que com o tempo tomaria um pouco de cada um emprestado para mim. Certamente hoje eu sou, em parte, o resultado de toda essa convivência. Mas todas essas virtudes não bastariam, não fosse o carinho que me dão em troca. São atenciosas, amorosas e atentas a mim. Na maioria das vezes, sou eu que as procuro, mas sempre retribuíram de forma que pareciam ser delas a iniciativa, abrindo seus corações como se sempre estivéssemos perto. É provável que tenham suas próprias razões para me ter por perto, mas basta que tenhamos apenas uma coisa em comum: essa nossa amizade. É o que espero.
Você, que me lê, e mais outras nove mulheres representam tudo o que entendo por amizade, e sou muito grata a você pelo sentimento que desperta em mim.
Para C. H. L. L. M. M. N. R. S. e S.
(1o. Junho 2020)