As coisas só têm, assim como você me tem.

Às vezes, queria não ter me entregue tão inteiramente a você. No fim, eu sempre soube que só restariam pedaços meus. E meu bem, foram tantos sentimentos, você é uma carga poética em tanto de ser sentida, mas eu tentei. Tentei tanto que agora tudo vem como se nunca tivesse ido, e de fato, não foi. Eu poderia dizer que não penso mais em você mesmo que todos os dias eu me afogue nas lembranças. Eu poderia acreditar que te esqueci mesmo que você não tenha deixado nenhum cantinho vago aqui. Eu poderia mentir e dizer que as pessoas são feitas só para serem guardadas na memória mesmo que tu mores em cada uma das minhas linhas.

[mesmo que você esteja aqui, no coração]

Eu poderia tantas coisas mas não quero.

Por isso, meus olhos transbordam mais vezes do que consigo admitir e o peito ainda aperta ao saber que tu não estas aqui, ao meu lado; que pode morrer ao te esperar porque você não vem.

Talvez eu nunca decifre o mistério por trás de amarmos a quem não nos têm da mesma forma que a temos, mas é assim, não é?

As pessoas se apaixonam pelas pessoas erradas para elas e tudo bem, um dia elas tentam entender mesmo que não aceitem, e eu nunca vou aceitar.

Têm coisas minhas que são só tuas e de mais ninguém,

têm segredos que morrerão conosco;

têm sentimentos que nunca mudam;

têm dores que não passam porque as feridas não fecham.

As coisas só têm,

assim como você me tem.

Cartas de amor aos desinteressados.

Ally Brücken
Enviado por Ally Brücken em 21/07/2020
Código do texto: T7012668
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