Rendição
Há uma tempestade se formando e eu estou no meio dela.
Vejo-me afundando nessa inundação que você causou.
Ainda sinto seu calor, ouço suas juras de amor que agora se misturam com meu pedido de socorro.
Liberte-me de você!
Eu não sei o que tenho feito. Se ainda gosto do que comecei.
Você diz que esse lance de tudo ou nada te enlouquece, mas sou eu quem me perco em meus devaneios.
Estou aqui, tentando deixar bem claro que metade nunca será o suficiente.
Jogar-me na sua contramão é pôr fim aos meus sonhos inquietos. É deixar de me sufocar com sua falta de decisão.
Estou simplesmente rasgada por não saber quem sou.
O que sou pra você?
A cada despedida eu morro um pouco mais. Você caminha pra ela.
Você é dela!
É ela quem amará você mais do que eu jamais poderia amar.
Ela caminha para ocupar o lugar onde um dia estive.
Cada passo que dou em sua direção distancio de mim.
Quando o amor e a confiança se vão é aí que nasce o “seguir em frente”, mas nem sempre se segue.
Eu não segui, me perdi...
Você significou pra mim mais do que todos que um dia já amei.
O que fica agora é a ausência de suas respostas e seus momentos de confusão.
Vejo-me aqui, despida de todo ressentimento, procurando disposição para deixar de te amar.
Uma vida sem curso, buscando a superação no lugar da rendição.
Hoje tenho um coração adormecido, incapaz de se aventurar.