Me leve de volta ao começo
Queria gritar ao mundo: Maldito o dia em que o conheci!
Mas, como em nossa trilha, nos versos mais bonitos, só consigo dizer: Vim para te encontrar. Dizer que sinto muito.
Verdadeiramente lhe amei, me perdi, me encontrei, me desfiz em um abismo envolta a certezas e incertezas que não faziam mais sentido algum.
Você pedia que lhe contasse meus segredos mais íntimos. Minhas dúvidas queria sanar. Meus desejos realizar.
Eu confiei, me entreguei e quando, por medo, desejei não mais corresponder aos seus instintos, uma dor física jurou me causar.
Por que me destruiu? O que sentiu?
Você dizia: “Ou minha, ou de mais ninguém”.
Não percebia que eu já era tua? Corpo, mente e, de repente, me obrigou a deixá-lo tão distante.
Eu ainda o amava. Um amor de outra vida que desejo não mais tê-lo pela dor na alma que ainda me causa.
Hoje ouvi nossa canção esperando sentir ódio de você. Não senti!
Como posso ser terna a alguém que foi minha perdição, minha ruína?
Não sei mais o que é o amor. Não quero mais senti-lo e nem reconhecê-lo.
Em sonho me assombras dizendo que me amas e pedindo que te leves de volta ao começo.
Já não distingo o que é real e ilusão.
Perco-me nessa inquietude de ouvir tua voz, de ler teus lábios.
Que começo seria esse?
Um com o mesmo fim, ou com um fim ainda mais trágico?
Uma corrida em círculos.
Seria dessa vez você meu algoz, com toda sua crueldade revestida em doces palavras que se entrelaçavam aos seus maus instintos, me atormentando e consumindo meus dias, forças e todo aquele amor jurado para toda a vida?
Seria minha eloquência a razão de seu desatino, não atribuindo mérito ou demérito a sua histeria, mas sim buscando formas para justificar o injustificável?
Ninguém disse que seria fácil, mas eu não esperava que pudesse ser tão difícil assim.
O que seria o seu amor?
Era realmente amor o que sentia?
Ouso afirmar que sim.
Amor na sua maneira de sentir; louco, intenso, doentio, capaz de matar a sua amada. Um crime passional, sem precedente algum.
Mataria por amar demais e morreria por amar de menos.
Um amor que trouxe paz e roubou-a por um beijo não mais ofertado.