O COMEÇO DE UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR

Em 25 de setembro de 1979 nasceu meu filho caçula, Klewertom Cavalcante de Sousa, com apenas dois quilos e cinquenta gramas e 49 cm. Este bebê foi gerado de uma mãe RH negativo e um pai RH positivo. Como era a minha quarta gestação e eu não havia recebido a vacina Rogan, a gravidez quase não chega ao seu termo, necessitando-se assim, retirar o meu bebê prematuramente.

Meu caçula nasceu com icterícia grave, precisando permanecer na incubadora e fototerapia, por dez dias, ficando assim afastado de mim e sendo alimentado com o leite de outras mães internas na maternidade.

Eu não o amamentei, até tentei, mas o período que fiquei longe do meu recém-nascido, e minha ansiedade com a situação do meu filho não deixou que meu leite fluísse naturalmente.

Ao nascer, além da icterícia, meu Nenem apresentou uma grave intolerância alimentar. Ao receber alta da Maternidade fui orientada a procurar alguém para amamentá-lo. No início o trazia para amamentá-lo numa mãe que conheci na maternidade, que ao ver minha angústia, logo se prontificou a tão belo e sublime ato de solidariedade humana.

Durante uma semana ela o amamentou. Eu o levava todos os dias à casa dessa senhora. Mas era muito difícil sair de casa com o bebê todos os dias, ficava na casa da minha mãe e de lá eu ia de três em três horas, para que ela o amamentasse. Diante dessa situação, uma médica obstetra muito amiga e madrinha do meu filho mais velho, Dra Zelia Leal, falou com uma de suas pacientes que havia doado o seu filho, e ela foi para minha casa amamentar o meu.

Mas o meu bebê não aumentava de peso, não dormia só chorava muito. Por duas vezes foi internado. A primeira vez no PAPI que funcionava em uma residência na avenida Afonso Pena, aqui em Natal/RN. A segunda vez foi na Pediatria da Maternidade Januário Cicco onde nasceu...Nessa segunda internação sua situação havia se agravado, pois estava desnutrido e também com uma anemia profunda, quando precisou tomar sangue. Passado alguns meses, a pediatra experimentou o leite Sobee, e depois a mamadeira de frango. Contudo nenhuma dessas alternativas deu bom resultado.

Então a excelente médica gastroenterologista infantil, Drª Livia Galvão, nos chamou ao seu consultório e nos advertiu da gravidade da situação do nosso filho: que provavelmente ele não resistiria. Mas eu não aceitei esta condição, e comecei a agir por conta própria. Primeiro fazia uma sopinha de cenoura com água e uma pitadinha de sal. Depois passei a dar o leite Pelargon, que uma pessoa, não consigo lembrar quem, me aconselhou. Então Graças a Deus deu certo. O meu Nenem começou a engordar e crescer. Até os dois primeiros anos de vida ele foi alimentado como um bebê de seis meses.

Infelizmente esse menino que foi cuidado com tanto amor e carinho, foi cruelmente retirado do nosso convívio.

Pequeno Príncipe
Enviado por Pequeno Príncipe em 09/02/2020
Reeditado em 09/02/2020
Código do texto: T6862120
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